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Juninho Pernambucano: o “Reizinho” do Vasco e do Lyon

Revelado pelo Sport de Recife e ídolo no Vasco da Gama e no Lyon, Juninho Pernambucano será para sempre lembrado como um grande meio-campista, e também como um dos maiores cobradores de falta da história do futebol mundial. 

Disputou a Copa do Mundo de 2006 pela seleção brasileira, e também jogou nos Estados Unidos e no Qatar, antes de encerrar sua carreira no Vasco da Gama, clube onde recebeu o apelido de “Reizinho”. 

Atualmente é diretor de futebol do Lyon, clube que ajudou a inserir no cenário do futebol francês e europeu. 

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Administrador de gols, não de empresas 

Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior, o Juninho, nasceu em Recife no dia 30 de janeiro de 1975. Desde os tempos de Sport, sempre foi conhecido como Juninho no futebol profissional até que outro Juninho, também meio-campista, tornou-se seu companheiro de Vasco da Gama. O nosso Juninho virou Juninho Pernambucano e, o outro, Juninho Paulista, atualmente dirigente da CBF.

Juninho chegou às categorias de base do Sport com 16 anos. Mesmo tendo sido aprovado no vestibular para o curso de administração de empresas, optou pela carreira de jogador e fez sua estreia no time principal aos 18 anos, em 1993. 

Se destacou durante as campanhas vitoriosas no Campeonato Pernambucano e na Copa do Nordeste, em 1994, chamando atenção de grandes clubes no Brasil. Ao final do primeiro semestre de 1995, foi contratado pelo Vasco do então presidente Eurico Miranda. 

Já na estreia, Juninho marcou seu primeiro gol pelo time carioca, com um chute forte de fora da área na vitória por 5 a 3 contra o Santos, em plena Vila Belmiro. 

No ano seguinte assumiu a titularidade, controlando o meio campo da equipe com muita técnica e inteligência tática. Liderado por uma temporada histórica do atacante Edmundo, para muitos o melhor jogador do mundo em 1997, o Vasco foi campeão brasileiro e Juninho foi eleito pela CBF o melhor meia da competição. 

Mesmo ídolo e com muitos títulos, sai brigado com Vasco 

1998 era o ano do centenário do Vasco, e o time não fez feio, pelo contrário. Sem Edmundo, vendido para a Itália, o clube não se enfraqueceu, e o título do campeonato carioca, com assistência de Juninho na final vencida por 1 a 0 contra o Bangu, seria apenas uma prévia do que viria ainda no primeiro semestre: a conquista histórica da Copa Libertadores da América. 

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No jogo de volta das semifinais, contra o River Plate no Monumental de Nuñez, Juninho marcou um golaço de falta aos 37 minutos do segundo tempo, garantindo o Vasco na final, um dos gols mais importantes da história do clube. Na segunda partida da final, contra o Barcelona de Guayaquil, o camisa 8 deu duas assistências para os gols do título na vitória por 2 a 1. 

Na final do Mundial de Clubes daquele ano, o Vasco enfrentou o poderoso Real Madrid de igual para igual mas foi derrotado por 2 a 1, com gol de Juninho.

Em 1999, o Vasco venceu apenas o título do Rio-São Paulo, torneio de menor expressão, mas foi o ano em que Juninho foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira. 

Já o ano seguinte foi novamente de consagração, com o Vasco formando um timaço que tinha Juninho Pernambucano, Juninho Paulista, Euller e Romário em um ataque quase imbatível. Os quatro estavam no auge de suas carreiras e o quarteto chegou a formar o ataque titular da seleção brasileira em uma partida das Eliminatórias para a Copa de 2002.

O ano de 2000 terminou com o Vasco campeão brasileiro e da Copa Mercosul, na melhor temporada da carreira de Romário. A final da Mercosul ficou marcada pela virada histórica contra o Palmeiras, num jogo que terminou 4 a 3 após o Vasco estar perdendo por 3 a 0 no intervalo. 

Descontente por não ser valorizado no elenco do Vasco, já que mesmo sendo ídolo tinha um dos menores salários, Juninho foi o primeiro jogador a entrar na Justiça contra seus clubes tendo com base a Lei Pelé, que tinha sido recentemente aprovada com inspiração na Lei Bosman europeia. Após disputa judicial por seis meses, Juninho se transferiu para o Lyon em 2001, terminando sua primeira passagem pelo Vasco com 295 jogos, 55 gols e impressionantes 10 títulos.

Na França, mais idolatria 

Apesar de ser o então vice-campeão francês, o Lyon era uma equipe sem tradição. Assumindo inicialmente a camisa 12, que depois trocaria pela tradicional número 8, Juninho seria o grande responsável por mudar essa situação, transformando a equipe em uma máquina de títulos. 

Já em sua primeira temporada, o título inédito da Ligue 1. No ano seguinte, com o bicampeonato, Juninho foi o artilheiro e maior assistente da equipe na temporada. Se tornou ídolo instantaneamente, o que só foi aumentando já que o time foi campeão francês por sete temporadas consecutivas. 

Dizer que Juninho é ídolo no Lyon é muito pouco. Venerado pela torcida, é com certeza o maior jogador da história do clube, onde fez 343 jogos, marcou 100 gols e conquistou 14 títulos. 

Juninho teria ainda duas passagens pelo Vasco antes de se aposentar no começo de 2014, aos 39 anos.