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STJ retira hidrelétrica atingida por Samarco de sistema de realocação de energia

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu nesta quarta-feira pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para retirar a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, paralisada desde 2015 após ter sido atingida pelo desastre da Samarco, do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE).

A corte especial acompanhou por unanimidade o voto do presidente do STJ, ministro Humberto Martins, pela revisão de decisão anterior que havia indeferido pedido da Aneel.

Para o ministro, se o pedido da Aneel não fosse acolhido, traria prejuízo econômico aos consumidores e beneficiaria indiretamente a mineradora Vale, uma das donas da hidrelétrica e também sócia da Samarco, joint venture na qual tem sociedade com a BHP.

A Vale é sócia do Consórcio Candonga, operador da usina, que vinha recebendo repasses –apesar de a unidade estar parada desde 2015–, por meio do sistema de compartilhamento de riscos de geração do setor elétrico, que funciona como um condomínio.

Segundo o STJ, como o risco hidrológico das usinas é assumido pelos compradores de energia, o impacto dos mais de 424 milhões de reais já pagos à hidrelétrica Risoleta Neves afetaria os consumidores das concessionárias de distribuição.

Martins ressaltou que a Samarco, “responsável direta pelo desastre ambiental que ocasionou assoreamento dos reservatórios da Usina Risoleta Neves”, tem como acionista a Vale, ao passo que o Consórcio Candonga também é controlado pela mineradora.

Ele lembrou que o consórcio continuou a receber receita oriunda da venda de energia sem real geração, em detrimento dos recursos gerados por outras usinas do sistema MRE.

Procurada, a Vale afirmou que como integrante do Consórcio Candonga, avaliará os termos da decisão (ainda não publicada).

Mas reiterou que “independentemente do resultado da ação, a Vale já apresentou proposta à Aneel para neutralizar os efeitos financeiros da aplicação do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE)”, conforme já havia informado antes.

(Por Roberto Samora)

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