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Alonso ganha elogio de Prost e já projeta briga em 2022 após recorde no Qatar

LONDRES, REINO UNIDO (UOL/FOLHAPRESS) – Fernando Alonso bateu um recorde ao conquistar o terceiro lugar no Grande Prêmio do Qatar no último final de semana, tornando-se o piloto com o maior intervalo entre dois pódios na carreira: foram 105 corridas de espera desde o último troféu conquistado pelo espanhol na Fórmula 1, no GP da Hungria de 2014, quando ele ainda corria pela Ferrari.

De lá para cá, Alonso foi para a McLaren em 2015, em parceria que acabou não dando certo, com o time caindo muito de produção com a então estreante Honda. E, ao final de 2018, ele decidiu mudar de ares, indo disputar outras categorias e se tornando campeão mundial de endurance.

De volta à Fórmula 1 neste ano, pela Alpine, mesma equipe pela qual venceu seus dois campeonatos em 2005 e 2006, quando o time se chamava Renault, Alonso não teve uma readaptação fácil, mas foi melhorando ao longo da temporada e já tinha chegado perto do pódio no GP da Rússia.

No último final de semana, no Qatar, o carro da Alpine se adaptou bem a uma pista que forçava mais os pneus dianteiros do que os traseiros, o que não é comum, e ele já tinha tido sua melhor classificação em mais de sete anos, com o quinto lugar.

Antes mesmo da largada, ganhou suas posições com as punições de Valtteri Bottas e Max Verstappen, largou em terceiro, se livrou rapidamente de Pierre Gasly, e conseguiu controlar seu ritmo andando praticamente sozinho e fazendo a estratégia de uma parada funcionar para manter carros mais rápidos atrás, além de ter contado com a sorte quando Bottas teve um furo no pneu.

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Após a prova, Alonso foi muito elogiado por Alain Prost, que é consultor e trabalha com o espanhol na Alpine. “A visão de prova que ele tem é inacreditável, a sensibilidade dele com os pneus, o retorno que ele dá do carro e a maneira como ele alimenta os engenheiros… para mim, ele é o melhor piloto do grid”, disse o tetracampeão à publicação alemã Auto Motor und Sport.

A habilidade do bicampeão nunca foi questionada, mas o mesmo não pode ser dito sobre a maneira como ele se portou dentro das equipes, dividindo-as a fim de tentar ter sempre o melhor para si. Porém, Prost disse que a versão atual de Alonso não é mais assim: “Fernando sempre me disse que ele tinha se tornado uma pessoa diferente, e tenho que dizer que ele estava certo. Ele está servindo o time, e isso é muito bom para a equipe”.

A mentalidade vencedora, ele nunca perdeu. Logo após conquistar o pódio, Alonso já falava na preparação para a próxima temporada, em que a F-1 estreia um novo regulamento, o que significa que as equipes começarão do zero.

“É difícil prever o que vai acontecer nos próximos anos. Mas eu adoraria estar na briga com Hamilton e Verstappen e quem mais fizer um carro bom ano que vem. Não será como neste ano, que foi uma continuação do ano passado. Será um reset para todo mundo, então cabe a nós fazermos um carro bom. Sinto-me forte, sinto que estou forte para assumir a batalha, e veremos.”

Por enquanto, com o terceiro lugar de Alonso e o quinto de seu companheiro, Esteban Ocon, no Qatar, a Alpine tem boas chances de conseguir o quinto lugar entre os construtores neste ano. Na temporada que vem, a equipe já sabe que terá uma unidade de potência totalmente nova, no que será a primeira atualização do motor Renault desde 2019.