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Jorge Paulo Lemann é um dos investidores de novo site de notícias nos EUA

Sete meses depois de ter sido anunciada a criação de uma nova empresa de comunicação por dois renomados jornalistas americanos, o novo empreendimento, chamado Semafor, ganhou forma e deve ser lançado em outubro, informou o jornal britânico Financial Times.

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Segundo a publicação, Justin Smith, ex-executivo-chefe da Bloomberg Media, e Ben Smith, ex-colunista de mídia do New York Times, já garantiram US$ 25 milhões em financiamento para o seu projeto de um site de notícias de vários investidores ricos, entre eles o brasileiro Jorge Paulo Lemann, fundador da Capital 3G.

Sócio de gigantes como a AB Inbev, Americanas, Burger King e Kraft Heinz, ele é o homem mais rico do Brasil, mas não fez fortuna investindo em startups. É o perfil que foi buscado pelos Smiths (que não são parentes) para garantir os recursos necessários para seu site jornalístico.

“Uma empresa de mídia premium e autenticamente global que pode atender às necessidades do público de notícias hoje por meio de informações excelentes e confiáveis . . . é realmente convincente”, disse Lemann ao FT.

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A startup de jornalismo está contratando mais jornalistas. Liz Hoffman, uma repórter do The Wall Street Journal conhecida por publicar furos financeiros, somou-se a jornalistas de política e tecnologia do site BuzzFeed e do The Washington Post, respectivamente.

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Até outubro, os Smiths planejam dobrar a equipe da Semafor para 60 pessoas, entre as áreas editorial e comercial. Assim, o Semafor pretende ser um veículo digital de notícias recheado de furos jornalísticos e inovações.

Além de montar uma equipe de repórteres nos EUA, o Semafor planeja abrir escritórios locais, começando pela África. A ideia dos sócios é construir uma nova forma de produção e distribuição de notícias no mundo.

O objetivo da Semafor é enfrentar os gigantes das notícias de interesse geral – “The New York Times”, “The Washington Post”, “BBC” e “CNN” – com foco em publicar furos.

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“Nossos grandes competidores, que dominam as notícias globais, foram criados no século 20. Eles estão exportando notícias de Londres ou de Atlanta ou de Nova York,” disse Ben. “A gente está tentando construir uma forma (de fazer notícia) muito mais em rede e para um momento totalmente diferente.”

De acordo com o FT, em seu lançamento, o Semafor oferecerá um site de notícias e um aplicativo móvel. No primeiro ano, a leitura será gratuita, contando com publicidade e eventos ao vivo para gerar receita. Depois de um ou dois anos, o empreendimento espera deve ter conteúdo pago.

Com uma equipe de 60 funcionários no lançamento, o Semafor é muito menor que os concorrentes que pretende enfrentar. O The New York Times tem mais de 1.700 jornalistas, enquanto a BBC tem mais de 2.000. Mesmo após a aquisição do The Athletic este ano, o New York Times tem quase US$ 500 milhões em dinheiro em seu balanço.

O novo empreendimento vai encontrar um mercado de notícias digitais complicado, com muitas startups de notícias on-line lançadas com planos otimistas enfrentando problemas financeiros.