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Mau humor volta a predominar nos mercados, com alta do dólar e queda das Bolsas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mantendo a toada negativa que marcou o primeiro pregão da semana, as Bolsas globais voltam a oscilar no campo negativo nesta terça-feira (11), com o predomínio da aversão ao risco entre os investidores.

A expectativa pelos dados de inflação nos Estados Unidos (CPI) a serem divulgados na quinta-feira (13), que podem reforçar a necessidade de mais aumentos dos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), contribui para a cautela generalizada nos mercados.

Na Bolsa de Valores, o Ibovespa registrava desvalorização de 0,76% por volta das 11h50, negociado aos 115.096 pontos, pressionado pelas quedas das ações de Petrobras e Vale e dos grandes bancos.

A divulgação do IPCA sem trazer maiores surpresas, com uma nova deflação em setembro, não foi capaz de gerar uma queda nos contratos de juros futuros, que refletem as apostas dos agentes de mercado sobre o nível de juros a ser praticado no mercado nos próximos meses —o contrato com vencimento em 2024 avançava de 12,71% para 12,76%, enquanto o título para 2027 subia de 11,33% para 11,40%.

Nos Estados Unidos, o dia também é de perdas para os principais índices acionários –o S&P 500 recuava 0,68 e o Nasdaq caía 0,96%. Já o Dow Jones marcava leve alta de 0,21%.

Em uma sessão de busca generalizada por segurança, o dólar se fortalece frente ao real, em alta de 0,50%, cotado a R$ 5,2150 para venda.

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O dado de inflação americana a ser conhecido na quinta pode reforçar o temor dos investidores sobre o risco de um aperto monetário mais agressivo por parte do Fed, aumentando as chances de uma desaceleração aguda da economia dos Estados Unidos nos próximos meses, ou até de uma recessão.

O CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, projetou que a economia americana provavelmente entrará em recessão no próximo ano e alertou que a desaceleração ameaça provocar “pânico” nos mercados de crédito e eliminar mais 20% do valor das ações americanas.

Em entrevista à CNBC na segunda-feira (10), Dimon citou o aumento das taxas de juros e a invasão da Ucrânia pela Rússia como fatores que alimentam o risco de uma desaceleração em 2023.

O início da temporada de balanços trimestrais das empresas americanas também impõe uma cautela maior entre os agentes de mercado, com o cenário de inflação e juros em alta podendo impactar os números a serem reportados nas próximas semanas.

“O fluxo de notícias também mantém viés negativo, com a Rússia prometendo novas investidas na Ucrânia, a imposição de novas sanções às produtoras de chips chinesas pelo governo americano derrubando ações na Ásia e a sustentação das incertezas em torno do futuro da saúde fiscal na Inglaterra”, apontaram os analistas da Guide Investimentos em relatório.

Eles acrescentaram ainda que, frente ao ambiente global permeado de incertezas, no mercado local, a tendência é de uma postura mais defensiva por parte dos investidores, até por causa do feriado no país nesta quarta-feira (12) em homenagem à “Nossa Senhora da Aparecida”, que manterá os mercados fechados.