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Microsoft diz que Reino Unido foi influenciado por Sony em caso sobre Activision

Por Paul Sandle

LONDRES (Reuters) – A Microsoft disse nesta quarta-feira que o regulador de concorrência da Grã-Bretanha se baseou nas objeções da rival Sony ao decidir por uma investigação aprofundada da compra da produtora de videogames Activision Blizzard por 69 bilhões de dólares.

A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido disse em setembro que a compra da Activision poderia prejudicar a concorrência e precisava ser investigada em profundidade.

A Microsoft pode usar seu domínio sobre jogos populares como “Call of Duty” para prejudicar rivais, incluindo aqueles que operam com serviços de assinatura de games, disse o órgão.

A autoridade afirmou que a aquisição da Activision “mudou o jogo” do setor e que o negócio dará à Microsoft as franquias de games mais vendidas, incluindo, além de “Call of Duty”, “World of Warcraft” e “Candy Crush”.

“A CMA está preocupada que ter controle total sobre este poderoso catálogo (…) pode resultar na Microsoft prejudicando os consumidores e a capacidade da Sony – rival mais próxima da Microsoft – de competir”, afirmou.

A Microsoft disse que a CMA adotou as reclamações da Sony sem o “nível apropriado de revisão crítica”.

Em sua apresentação, a Microsoft afirmou que o console PlayStation, da Sony, foi a maior plataforma de games por mais de 20 anos e que não é crível sugerir que seu domínio seria desafiado pela perda de acesso a um título.

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“A decisão incorretamente se baseia em declarações egoístas da Sony que exageram significativamente a importância de ‘Call of Duty’ e negligenciam a clara capacidade da Sony de responder competitivamente”, disse a Microsoft.

A dona da plataforma Xbox afirmou ainda que se comprometeu a manter “Call of Duty” no catálogo do PlayStation.

“Nossa investigação é sobre proteger a concorrência no Reino Unido. A decisão da Fase 1 identificou três áreas em que o acordo pode causar danos: consoles, serviços de assinatura de vários jogos e serviços de jogos em nuvem”, disse um porta-voz da CMA em comunicado.

“Lançamos uma investigação aprofundada e nossas descobertas serão publicadas no próximo ano.”

Um porta-voz da Microsoft disse: “Este acordo beneficiará jogadores, desenvolvedores e a indústria, à medida que buscamos trazer mais jogos para mais pessoas.”

Um representante da Sony reiterou visão da empresa de que o acordo é “ruim para a concorrência, ruim para a indústria e ruim para os próprios jogadores”.

“Esse acordo dará ao ecossistema Xbox uma combinação única de tecnologia e conteúdo e, portanto, uma posição dominante em videogames, com consequências devastadoras para consumidores, desenvolvedores independentes e para a própria Sony”, disse ele.

O acordo, anunciado em janeiro, exige aprovação nos Estados Unidos, bem como em outras grandes jurisdições, incluindo União Europeia e China.