Hamas revisa proposta israelense de cessar-fogo, enquanto possível ofensiva em Rafah se aproxima

O Hamas disse no sábado, 27, que está revisando uma nova proposta israelense de cessar-fogo em Gaza, enquanto o Egito intensifica esforços para intermediar um acordo para encerrar a guerra e evitar uma possível ofensiva terrestre israelense na cidade de Rafah, no sul de Gaza.

O alto funcionário do Hamas, Khalil al-Hayya, disse que o grupo militante palestino avalia a proposta de Israel e que, “após a conclusão de seu estudo, apresentará sua resposta”. Ele não deu detalhes sobre a oferta israelense, mas disse que era uma resposta a uma proposta do Hamas de duas semanas atrás. As negociações neste mês se concentraram em uma proposta de cessar-fogo de seis semanas e na libertação de 40 reféns civis e doentes em troca de centenas de prisioneiros palestinos nas prisões israelenses.

A declaração do Hamas veio horas depois que uma delegação egípcia concluiu uma visita a Israel, onde discutiu uma “nova visão” para um cessar-fogo prolongado em Gaza, segundo um oficial do Egito, que falou sob a condição de anonimato. Não ficou imediatamente claro se a mais recente resposta de Israel ao Hamas sobre um cessar-fogo estava diretamente relacionada à visita a Tel Aviv por mediadores egípcios.

As discussões entre autoridades egípcias e israelenses se concentraram na primeira etapa de um plano em várias fases que incluiria uma troca limitada de reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos, e o retorno de um número significativo de palestinos deslocados para suas casas no norte de Gaza “com mínimas restrições”, disse o oficial egípcio. Os mediadores trabalham em um compromisso que atenderá à maioria das principais demandas de ambas as partes, o que poderia abrir caminho para negociações contínuas com o objetivo de um acordo maior para encerrar a guerra, disse o oficial.

Enquanto a guerra se arrasta e as vítimas aumentam, ocorre uma crescente pressão internacional para que Hamas e Israel cheguem a um acordo de cessar-fogo e evitem um possível ataque israelense a Rafah, onde mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza procuraram refúgio, após fugir dos combates em outras partes do território.

Israel vem insistindo há meses que planeja uma ofensiva terrestre em Rafah, na fronteira com o Egito, onde diz que militantes do Hamas estão entrincheirados, apesar dos apelos de moderação da comunidade internacional, incluindo o mais firme aliado israelense, os Estados Unidos.

O Egito alertou que uma ofensiva em Rafah poderia ter “consequências catastróficas” para a situação humanitária em Gaza, bem como para a paz e segurança regional.