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Anne Hathaway namora músico jovem à la Harry Styles em novo filme: ‘A onda das boybands não me pegou’

Desde que o projeto de “Uma ideia de você” foi anunciado, em junho de 2021, muitos tratam a adaptação do livro homônimo de Robinne Lee como “o filme em que a Anne Hathaway namora o Harry Styles”. Motivo? O boca a boca ao redor da obra dava conta de que se tratava de uma fanfic sobre o One Direction e a preferência de Styles, que fazia parte da antiga boy band, por mulheres mais velhas. Ao longo dos anos, a autora tentou se afastar dessa teoria, embora já tenha dado entrevistas citando Styles como uma de suas inspirações, ao lado do próprio marido e do príncipe Harry.

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Com direção de Michael Showalter, que também escreveu o roteiro ao lado de Jennifer Westfeldt, “Uma ideia de você” estreia quinta-feira no Amazon Prime Video. A trama acompanha Solène (Anne Hathaway), uma mãe solo de 40 anos que acompanha a filha adolescente no festival Coachella e acaba iniciando uma relação com Hayes Campbell (Nicholas Galitzine), o vocalista de 24 anos da boyband August Moon.

— A autora já disse que não é sobre Harry Styles, mas as pessoas não aceitam. Existe esse conflito entre a fala da autora e o desejo do público — ri Anne Hathaway, de 41 anos, que não foi atingida pela moda de boybands na adolescência. — Hoje eu gosto de BTS, mas quando cresci era obcecada por cantoras agressivamente talentosas, como Fiona Apple, Tori Amos e Alanis Morissette. E também gostava de bandas como Green Day e Radiohead.

Conhecido pela comédia romântica “Vermelho, branco e sangue azul” (2023), Galitzine não se incomoda com as referências a Styles.

— Estaria mentindo se falasse que Harry não foi uma das minhas muitas inspirações para construir esse personagem — conta o ator britânico de 29 anos, fã de Jeff Buckley, Rolling Stones, Otis Redding e Elton John. — Tive a sorte de crescer em uma casa com um aparelho de vinil e muitos discos. Acabei desenvolvendo um gosto muito eclético na música. Pode parecer pretensioso, mas escuto de tudo, de metal ao jazz brasileiro, que é algo que estou ouvindo no momento.

Vencedora do Oscar pelo trabalho em “Os miseráveis” (2012), Hathaway diz que a identificação com a autora foi fundamental para embarcar no projeto, do qual também é produtora. Robinne Lee, que também é atriz e tem 49 anos, afirma que decidiu criar sua protagonista após ficar incomodada com o tipo de personagens femininos que recebia aos 40 anos, que muitas vezes eram descritos apenas como “mãe”, sem qualquer desenvolvimento mais aprofundado.

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— Acredito que existe a tendência de reduzir a mulher cada vez mais à medida que o tempo passa, e não concordo com isso. Acho que você pode florescer até que não esteja mais aqui — defende Lee. — Me apaixonei por Solène como personagem: está naquele ponto em poderia ter se tornado amarga e pessimista diante do amor, mas aí acontece o mais inesperado e ela encontra alguém que não estava procurando. Ela descobre uma nova marcha em uma fase de sua vida em que lhe disseram que não iria mais a lugar nenhum.

Galitzine conta que foi atraído para o projeto por um roteiro que “transbordava química” entre os personagens e diz que um perrengue acabou ajudando os dois protagonistas a se aproximarem ainda mais. No primeiro dia de filmagens, em Savannah, no estado americano da Geórgia, os atores foram obrigados a filmar uma cena na praia e no mar congelante em pleno inverno. O perrengue acabou despertando uma camaradagem na dupla.

‘Oportunidade de se curar’

Anne Hathaway conta que se orgulha de o filme ter momentos leves e românticos, mas também contar com cenas tocantes e profundas.

— Fiz muitos filmes para as pessoas se sentirem bem na minha carreira, este é para fazer as pessoas sentirem tudo — resume a atriz de obras como “O diário da princesa” (2001) e “O diabo veste Prada” (2006).

Ela considera importante retratar uma mulher com a idade próxima da sua e que se recupera de um trauma que atingiu sua confiança.

— O que aprendi por experiência própria é que é horrível quando abusam de sua confiança. É algo difícil de se recuperar, pode levar muito tempo. Então, se surgir a oportunidade de se curar, não deixe passar — diz Hathaway, que ficou feliz com a reação de mulheres acima de 35 anos após as primeiras exibições do longa. — Existe algo nesse filme que toca profundamente em nós mulheres. Talvez seja um medo que internalizamos de que iremos desaparecer enquanto ainda estamos vivas, mas esse filme diz: “não, obrigado”.