Abel Ferreira não mediu palavras ao falar de Estêvão, joia de 17 anos do Palmeiras que marcou um dos gols na vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo-SP, pela Copa do Brasil. O treinador português não só o elogiou como pediu por sua permanência.
– Falem do Estêvão, que não vou dizer o que penso. Vou pedir à Leila para não vender este jogador. O pai, o empresário e ele vão ficar tristes. Deixem ele ficar conosco até 2027. Acho mesmo que este jogador é diferente de tudo que eu já vi. Um garoto que defende, ataca, se mostra para o jogo – rendeu-se Abel.
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Com Endrick já perto de se transferir para o Real Madrid, Estêvão virou a joia da vez no clube paulista. Uma badalação que o acompanha desde mais jovem ainda e que começa a se justificar no time principal do Palmeiras.
Estêvão vem sendo tratado como joia desde a base. Chegou no Palmeiras em 2021, com 14 anos. Na temporada seguinte, foi importante em uma série de conquistas: os Paulistas sub-15 e sub-17, a Copa do Brasil sub-17 e o Brasileiro sub-17.
Em 2023, repetiu quase todas as mesmas taças. A exceção foi a do Paulista sub-17. Mas ele acrescentou a do Estadual sub-20 e da Copa São Paulo a sua coleção.
A temporada dos sonhos ainda contou com a disputa do Mundial sub-17 pela seleção e a estreia pela equipe principal palmeirense. E não foi em qualquer jogo. Mas logo no empate em 1 a 1 com o Cruzeiro, pela 38ª rodada do Brasileiro que confirmou a conquista do bicampeonato consecutivo.
A vida de Estêvão nas categorias de base também foi marcada por episódios polêmicos. Como a chegada ao Palmeiras, após quatro anos no Cruzeiro. O clube mineiro até hoje acusa o rival paulista de ter aliciado o garoto.
Antes disso, outra polêmica. Em 2019, ele teve seu nome envolvido em negócios ilegais do Cruzeiro. Neles, o clube cedia direitos econômicos do menino, o que é proibido antes dos 18 anos.
Alheio a esses episódios, Estêvão focou no campo. E vem colhendo os frutos. Com a confiança de Abel Ferreira, já participou de 11 jogos e marcou dois gols.
A partida contra o Botafogo-SP pode ser considerada sua melhor até agora entre os profissionais. Mostrou o que tem de melhor. Foi o jogador que mais tentou e venceu duelos. À vontade, ele comandou o ataque do time. Foi o quarto palmeirense que mais tocou na bola, atrás apenas de Mayke, Murilo e Luan, responsáveis pela saída de bola.
Os mercado estrangeiro, claro, já está de olho nele. Nesta sexta, o portal Uol noticiou que o Chelsea, da Inglaterra, deve oficializar uma oferta de 55 milhões de euros (R$ 300 milhões). Não será o primeiro. O PSG já tentou contratá-lo e não teve sucesso. Seu vínculo com o Palmeiras vai até o final de 2026, e a multa rescisória é de 45 milhões de euros (R$ 245,5 milhões).
Estêvão e Endrick se diferenciam na forma de jogar. O primeiro tem no drible o seu forte, conduz a bola com o pé esquerdo e diz jogar melhor ocupando a faixa central, por trás dos atacantes. Mas também joga pelos lados. Contra o Botafogo-SP, infernizou o lado esquerdo da zaga rival. Já o futuro atleta do Real Madrid se destaca pela movimentação, mas tem sido usado na referência do ataque, como homem mais à frente.
– Posso jogar pela direita, mas me sinto mais confortável flutuando no meio. Estou mais próximo da área, posso virar para a esquerda, para a direita… É o lugar onde me sinto mais livre quando estou jogando – afirmou Estêvão ao portal espanhol Mundo Deportivo.