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Moraes mantém prisão de delegado acusado do assassinato de Marielle

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes manteve nesta sexta-feira (17) a prisão do delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, preso em função das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco.

Moraes rejeitou pedido de soltura feito pela defesa do delegado. De acordo com os advogados, Barbosa pode responder às acusações em liberdade por não oferecer riscos à investigação.

Apesar de manter a prisão, o ministro determinou que a administração do presídio federal de Brasília avalie o estado de saúde de Rivaldo e informe se há necessidade de atendimento médico especializado.

Além do delegado, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o deputado federal (União-RJ), Chiquinho Brazão, foram denunciados ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por homicídio e organização criminosa. Todos estão presos por determinação de Moraes pelo suposto envolvimento no assassinato da vereadora. 

Segundo as investigações, o ex-chefe da Polícia Civil deu orientações, a mando dos irmãos Brazão, para realização dos disparos contra Marielle e o motorista Anderson Gomes.

A procuradoria argumenta que a vereadora foi executada para proteger interesses econômicos de milícias e desencorajar atos de oposição política.

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“Foi Rivaldo quem orientou a todos a não executar o crime em trajeto que partisse ou seguisse para a Câmara Municipal, para dissimular a motivação política do crime”, diz a denúncia.

Após a apresentação da denúncia, a defesa de Rivaldo Barbosa questionou a credibilidade dos depoimentos de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato e que apontou o delegado e os irmãos Brazão como participantes do crime.

Marielle Franco foi uma política, socióloga e ativista brasileira. Nascida em 27 de julho de 1979, no Rio de Janeiro, Marielle se destacou por sua luta em defesa dos direitos humanos, das mulheres, especialmente das mulheres negras, da comunidade LGBTQ+ e das populações das favelas.

Marielle cresceu na favela da Maré e sua trajetória pessoal e profissional foi marcada por sua origem. Ela se formou em Sociologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Em 2016, Marielle foi eleita vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com a quinta maior votação da cidade do Rio de Janeiro. Durante seu mandato, Marielle denunciou a violência policial e as violações de direitos nas comunidades pobres do Rio.

Em 14 de março de 2018, Marielle Franco foi assassinada a tiros, juntamente com seu motorista, Anderson Gomes, em um atentado que chocou o Brasil e o mundo. O crime gerou grande comoção e levantou discussões sobre a violência política, a violência contra defensores de direitos humanos e a situação das favelas cariocas. Até hoje, a memória de Marielle Franco continua a inspirar movimentos sociais e a luta por justiça e igualdade.