O governo federal decidiu suspender o leilão para a compra de cerca de cem mil toneladas de arroz do Mercosul, que aconteceria nesta terça-feira (dia 21), por conta de aumentos de preços praticados pelos países integrantes do bloco. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Uma nova data para o leilão — a cargo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) — ainda será marcada.
Ainda segundo o governo, a origem da importação do produto está em discussão entre os órgãos envolvidos. A possibilidade é que o arroz agora seja comprado da Tailândia, para evitar especulações.
Autorização
Há cerca de duas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória autorizando a importação de até um milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As compras, que tinham como prioridade de origem o Mercosul, têm o objetivo de evitar aumentos especulativos de preços e garantir o abastecimento do país, em um momento em que o maior estado produtor, o Rio Grande do Sul, enfrenta inundações que compõem um cenário de catástrofe climática.
Em entrevista ao portal “G1”, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que os preços subiram até 30% no Mercosul. Esta foi uma das razões de o governo zerar o Imposto de Importação do produto, dando as mesmas condições que existem se a compra fosse em um dos mercados do bloco sul-americano — Paraguai, Argentina e Uruguai.
Suspensão
A suspensão do leilão foi decidida pelo presidente da República. Uma nova data será estabelecida nos próximos dias, mas técnicos envolvidos no assunto afirmam que, com a redução das alíquotas de importação a zero, prevista para durar até o fim deste ano, o setor privado terá liberdade para importar o arroz de onde considerar mais vantajoso.
Em uma avaliação interna, interlocutores do governo dizem que, atualmente, o mercado de arroz brasileiro já opera em um cenário de menor disponibilidade de grão. Isto porque a área plantada vem sendo reduzida ao longo dos últimos anos, com exceção da atual Safra 2023/24, que foi semeada em um cenário atrativo de preço e rentabilidade.
Produção nacional
No caso do Rio Grande do Sul, responsável por mais de 70% da produção nacional, estimativas de mercado indicam uma perda em torno de 600 mil toneladas. A safra de arroz prevista era de cerca de 40 milhões de toneladas.