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Espanha, Irlanda e Noruega decidem reconhecer o Estado da Palestina

Foto Reprodução Internet

Noruega, Espanha e Irlanda anunciaram hoje o reconhecimento oficial de um Estado Palestino independente. A decisão será formalizada na próxima terça-feira (28) e representa um marco significativo nas relações internacionais e na busca pela paz no Oriente Médio. Esta medida surge após a recente resolução da Assembleia Geral da ONU, que abriu caminho para a Palestina se tornar membro da organização.

Contexto Internacional

A decisão conjunta foi comunicada pelo ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e pelo primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris. A medida surge em meio a crescentes tensões na região, exacerbadas pela incursão militar de Israel em Gaza após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro.

Desde o início dos confrontos, Gaza tem enfrentado destruição massiva e uma crise humanitária severa, com mais de 35 mil mortos, em sua maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Em resposta aos ataques, Israel também sofreu perdas significativas, com mais de 1.200 mortos e centenas de reféns.

Declarações dos Líderes

O primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, expressou esperança de que outros países sigam o exemplo: “Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecemos o Estado da Palestina. Antes do anúncio de hoje, falei com vários outros líderes e estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas.”

Pedro Sánchez, da Espanha, criticou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu: “Pedimos um cessar-fogo. Mas não é suficiente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina. Lutar contra o grupo terrorista Hamas é legítimo e necessário, mas Netanyahu está gerando tanta dor e destruição que a solução de dois Estados está em perigo.”

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Reação de Israel

Em resposta, Israel ordenou a retirada imediata de seus embaixadores na Irlanda, Noruega e Espanha. Os embaixadores desses países em Tel Aviv também foram convocados ao Ministério das Relações Exteriores de Israel. O ministro Israel Katz afirmou que a decisão de reconhecer um Estado Palestino “minou o direito de Israel à autodefesa e os esforços para devolver os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza.”

Resolução da ONU

A resolução da ONU, aprovada em 10 de maio, permite que a Palestina se torne o 194º membro das Nações Unidas. A medida, aprovada por 143 votos a favor, nove contra e 25 abstenções, ainda depende da aprovação do Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos têm poder de veto. Mesmo assim, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, considera a medida um grande passo para o reconhecimento pleno da Palestina na ONU.

Desafios para um Estado Palestino

Apesar do reconhecimento internacional, a criação de um Estado Palestino enfrenta diversos desafios. A Cisjordânia é controlada pelo Fatah, enquanto Gaza é governada pelo Hamas. Além disso, a Cisjordânia possui assentamentos israelenses protegidos pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). A remoção desses assentamentos seria essencial para a viabilidade de um Estado Palestino, um processo complexo e controverso.