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BNDES está paralisado diante de crise do coronavírus, diz associação de funcionários

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A AFBNDES (Associação dos Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) questiona o que chama de “paralisia” da instituição em meio aos esforços para o combate da pandemia de coronavírus.
Para a entidade, o banco deveria incentivar a produção de testes e para detectar a Covid-19 e de equipamentos para atender os pacientes.
Em vídeo divulgado ao público interno, ao qual a reportagem teve acesso, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, diz que a primeira semana foi de preparação da estrutura para enfrentar a crise e que a partir da próxima segunda, dará início à “missão anticíclica”.
“Apenas a negligência com que o tema da pandemia do novo coronavírus vinha sendo tratado pelo governo pode explicar porque o BNDES não tenha sido acionado até agora”, disse, em nota, o presidente da associação, Arthur Koblitz.
Para a entidade, o BNDES está paralisado diante da crise. A AFBNDES lembra que em 2016, quando estourou o surto de zika, o banco aprovou apoio não reembolsável de R$ 23 milhões para a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para combate à epidemia.
O BNDES tem cerca de R$ 140 bilhões em seu caixa. Para Koblitz, os recursos poderiam ser usados para incentivar a fabricação de equipamentos e na melhoria da rede de saúde para receber os pacientes da Covid-19.
Até agora, porém, as propostas do governo em relação ao banco têm sido focadas na busca por soluções para minimizar os impactos econômicos da pandemia. “O papel do banco é mais amplo: em todas as esferas da saúde em que certamente vai haver um gargalo, o banco pode agir”, diz Koblitz.
Ele cita a produção de kits de diagnóstico, a ampliação do número de leitos e a oferta de equipamentos e insumos essenciais.
E frisa que há empresas nacionais que fabricam respiradores, equipamento necessário para atender os casos mais graves, que atendem critérios de conteúdo nacional mínimo e poderiam receber apoio para ampliar a produção.
O presidente da AFBNDES sugere também a criação de um programa de capital de giro e o alongamento do perfil da dívida das empresas que têm contratos de financiamento com o banco.
No vídeo, Montezano agradeceu aos funcionários pelo “trabalho árduo”, que permitiu que o trabalho continue de casa –esta semana, o banco testou um modelo de contingência, com a adoção escalonada de home office para seus empregados.
Segundo ele, foi a primeiro pilar da estratégia de enfrentamento da crise, que focou nas pessoas. “A partir de segunda, a gente inicia com força total nossa missão anticíclica”, afirmou, sem citar medidas. “É nessas horas que o S de social grita mais alto do que nunca”, completou.

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