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Aiatolá iraniano rejeita oferta de ajuda dos EUA e promete derrotar coronavírus

Por Parisa Hafezi

DUBAI (Reuters) – A oferta de ajuda dos Estados Unidos ao Irã na luta contra a pandemia do novo coronavírus é estranha, disse o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em um discurso televisionado neste domingo, descrevendo os líderes norte-americanos como “charlatões e mentirosos”.

Os EUA ofereceram assistência humanitária a seu inimigo de longa data, que é o país do Oriente Médio mais afetado pelo coronavírus, com 1.685 mortes e 21.638 pessoas infectadas.

As tensões entre os dois países estão altas desde 2018, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou o acordo nuclear de Teerã de 2015 com seis potências mundiais e impôs sanções que prejudicam a economia iraniana.

“Várias vezes os americanos se ofereceram para nos ajudar a combater a pandemia. Isso é estranho porque você vê escassez nos Estados Unidos. Além disso, você é acusado de criar esse vírus”, disse Khamenei, um líder anti-EUA radical que sempre tem a palavra final no Irã.

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“Não sei se isso é verdade. Mas, quando existe tal alegação, um homem sábio pode confiar em você e aceitar sua oferta de ajuda? Você pode estar dando medicamentos ao Irã que espalham o vírus ou fazem com que ele permaneça de forma permanente.”

As tensões entre EUA e Irã aumentaram anda mais depois que Trump ordenou um ataque por drone que matou o principal comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Qassem Soleimani, no dia 3 de janeiro. O Irã retaliou ao atingir alvos dos EUA no Iraque em 8 de janeiro.

“Nosso inimigo número um é a América. É o inimigo mais perverso e sinistro do Irã… seus líderes são terroristas… mentirosos e charlatões”, disse Khamenei.

As autoridades iranianas culparam as sanções dos EUA por atrapalhar a tentativa de conter o surto, e o presidente Hassan Rouhani pediu aos cidadãos norte-americanos que peçam para seu governo suspender as sanções no momento em que o Irã luta contra o coronavírus.