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AM registra incidência recorde e salto de mortes por coronavírus, e governo culpa população

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No alto dos rankings de incidência e mortalidade, o governo do Amazonas atribuiu os números alarmantes do novo coronavírus ao comportamento da população. Na avaliação oficial, os amazonenses pouco respeitam o isolamento social e, quando doentes, demoram para buscar atenção médica.
Em 24h, o número de óbitos no Amazonas saltou 33%, passando de 30 para 40 mortes nesta quinta-feira (9). Os casos confirmados somam 899, dos quais 89% em Manaus. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).
Proporcionalmente, o Amazonas lidera no país com 19,1 casos de Covid-19 confirmados a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar, aparece o Distrito Federal, com 16,7/100 mil, segundo dados desta quarta-feira (8) do Ministério da Saúde. A média nacional é de 7,5 casos por 100 mil habitantes.
No coeficiente de mortalidade, o Amazonas registra o segundo pior índice, 0,7 por 100 mil habitantes, atrás de São Paulo, com 0,9/100 mil. A média nacional está em 0,4 casos de óbito a cada 100 mil habitantes.
Ao justificar o alto número de mortos, a diretora-presidente da FVS, Rosemary da Costa Pinto, afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (9): “Esses idosos ou essas pessoas que têm comorbidade estão chegando muito tarde às unidades. Muitas vezes, estão chegando em um estágio irreversível. Por isso, estamos tendo tantos óbitos.”
Questionada sobre a incidência, Costa Pintou voltou a culpar a população. “Para evitar transmissão de Covid, é necessário isolamento social, que as pessoas não se exponham ao vírus saindo de casa. Enquanto continuarmos com essa alta taxa de pessoas na rua, vamos continuar tendo, infelizmente, a maior incidência do país”, afirmou.
Nesta quarta-feira (8), o governo do Amazonas trocou o comando da Secretaria de Saúde. Quem chefia a pasta agora é a biomédica Simone Papaiz, até há pouco secretária de Saúde de Bertioga, cidade do litoral paulista.
A mudança foi criticada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Precisamos de pessoas que estejam habituadas com a rede para que não tenha que começar tudo do zero.”
Desde segunda-feira (6), quando o então secretário da Saúde, Rodrigo Tobias, revelou que 95% dos leitos de UTI estavam ocupados, o governo estadual deixou de informar o percentual, mas afirma que o sistema não colapsou.
Questionado sobre a capacidade do hospital Delphina Aziz, a unidade de referência para Covid-19 no Amazonas, o secretário executivo adjunto do Interior da Secretaria de Estado da Saúde, Cássio Espírito Santo, disse que ocupação é “muito dinâmica”, mas que “há leitos disponíveis que estão atendendo à demandas necessárias”.

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