Últimas Notícias

Bharat Biotech assina acordo com empresa brasileira para oferta da vacina no país

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A empresa indiana Bharat Biotech e a farmacêutica brasileira Precisa Medicamentos assinaram acordo nesta terça-feira (12) para oferta da vacina da fabricante do país asiático contra a Covid-19 no país.

A Bharat Biotech é uma das empresas que constam na carta de intenções do Ministério da Saúde, divulgada no dia 16 de dezembro, mas não há, até o momento, nenhum contrato formal para compra de doses pelo governo federal.

Detalhes do acordo com a Precisa Medicamentos ainda não foram divulgados, mas tanto a farmacêutica brasileira quanto a indiana estabeleceram que a oferta deve ser priorizada para o setor público, por meio de uma contratação direta com o governo federal.

Segundo nota, as vacinas para o mercado privado chegariam apenas após a autorização para venda do imunizante no país pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A vacina, chamada de Covaxin, é composta de vírus inativado e produzida em parceria com o Instituto Nacional de Virologia da Índia. A Bharat Biotech estuda ainda uma segunda vacina contra a Covid-19, com administração via nasal. Esse tipo de imunizante não necessita de agulhas, facilitando o processo de imunização. A vacina está ainda em fase pré-clínica de desenvolvimento.

No dia 3 de dezembro, representantes de clínicas privadas de vacinas do país demonstraram interesse em adquirir 5 milhões de doses da Covaxin para o mercado privado.

O ato iniciou um debate no país sobre o papel das clínicas de vacinação particulares no programa de vacinação nacional, em um momento em que o governo corre para conseguir trazer doses ao país.

Não há informações ainda, porém, se o contrato com a Precisa Medicamentos seria para todo o território nacional ou para algum governo de estado.

De acordo com a nota divulgada nesta terça, uma equipe da farmacêutica visitou as instalações da Bharat Biotech na última semana para discutir as possibilidades de exportação da Covaxin ao país.

A diretora técnica da farmacêutica, Emanuela Medrades, que esteve no país asiático, disse que “foram observados altíssimos níveis tecnológicos, científicos e de controles sanitários” na sede da Bharat Biotech, no Genoma Valley, em Hyderabad (Índia). “Também foram constatados excelentes resultados obtidos nos testes clínicos, que serão publicados em breve.”

Procurada, a Anvisa informou que houve uma reunião com a Precisa Medicamentos no dia 4 de dezembro para “apresentar esclarecimentos sobre registro de vacinas e uso emergencial” e que “desde então não tiveram novidades por parte do laboratório”.

O órgão afirmou ainda que não há pedido de estudo ou análise contínua da vacina no Brasil e que, em relação a possível pedido de aprovação emergencial, não há como antecipar qualquer posição ou análise da agência.

A Covaxin encontra-se atualmente em fase 3 de testes clínicos na Índia, com mais de 26.000 participantes. A vacina se mostrou segura nas fases anteriores, segundo artigos pré-prints (ainda sem revisão de pares) divulgados pela empresa. Os resultados das fases 1 e 2, com aproximadamente 900 voluntários, foram enviados para publicação formal e aguardam o período de revisão.

As vacinas de vírus inativado são das mais tradicionais, uma tecnologia já dominada há décadas. Dentre as vacinas de vírus inativado mais conhecidas estão da raiva, pólio e a vacina contra influenza. Outras vacinas na corrida contra a Covid-19, como a Coronavac, da fabricante chinesa Sinovac, também utilizam tecnologia de vírus inativado.

No caso da Covaxin, a produção da vacina conta com laboratórios de biossegurança nível 3, na sede do instituto de virologia, em Hyderabad, no sul do país. A vacina é administrada em duas doses, via intramuscular, com intervalo de 28 dias entre elas.

A companhia possui atualmente capacidade para produção de 200 milhões de doses por ano, mas pretende ampliar a capacidade para cerca de meio bilhão de doses anualmente, com novos centros de produção. Segundo a Bharat Biotech, há intenção de acordos tanto para governos quanto para mercado privado em pelo menos 30 países.

To Top