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Renegociar débitos de contas de luz, água e gás pode ser possível

Renegociar débitos de contas de luz, água e gás pode ser possível A inadimplência no pagamento de contas de consumo ou de serviços básicos, como água, gás e luz, atingiu 23,6%, em dezembro. Segundo a Serasa Experian, este é o maior valor de toda a série histórica iniciada em janeiro de 2018. O número representa um aumento de 0,8 ponto percentual em um mês. Para economistas, além do fim do auxílio emergencial, outro fator que contribuiu para o crescimento foi a alta dos preços dos alimentos e combustíveis nos últimos meses.

Os calotes cresceram mês a mês desde o início da pandemia, em março, quando começaram as medidas de restrição para conter a transmissão do coronavírus. No período, o índice cresceu 2,1 pontos percentuais.

Para Ricardo Macedo, professor do Ibmec-RJ, com o fim do auxílio emergencial, consumidores podem ter priorizado outros pagamentos e outros gastos, o que ajuda a explicar a alta da inadimplência nas contas básicas no mês.

— É uma forma de trabalhar o seu orçamento. Com o auxílio, as pessoas conseguiam honrar seus pagamentos, mas depois houve o corte do benefício, com o agravante de aumentos de preços de alimentos e combustíveis. As famílias com a renda mais baixa são muito impactadas, porque a maior parte do orçamento é destinada a gastos com esses itens, além do pagamento de contas básicas, como gás e energia elétrica — observa Macedo.

Apesar da alta da inadimplência nas contas de consumo, os dados da Serasa Experian mostram que o total de dívidas abertas por CPF caiu de 3,55 para 3,47, no fim do ano passado.

— No início da pandemia, tivemos um pico na inadimplência, graças às dificuldades econômicas que o país enfrentava, agravadas pelas incertezas do que poderia acontecer com a paralisação dos setores da economia. Porém, os pagamentos do auxílio emergencial, a manutenção da baixa taxa de juros e mais a facilidade para renegociação explicam por que, mesmo numa crise sem precedentes que o Brasil continua vivendo, a inadimplência (geral) caiu — observa o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.

Renegociação

Dados das empresas mostram que os consumidores também estão tentando renegociar suas dívidas. A Enel, uma das principais distribuidoras de energia do país, informou que o número de pedidos de parcelamentos de dívidas teve um aumento de 45% na Enel Distribuição Rio, comparando janeiro de 2021 com o mesmo período do ano passado. Em São Paulo, o aumento foi de 27%.

A Serasa avalia que, por conta da pandemia e do fim do auxílio emergencial, no fim do ano passado, os consumidores priorizaram o pagamento de contas bancárias.

— Como o setor financeiro facilitou as negociações, ampliando os prazos de quitação, as pessoas endividadas optaram por priorizar esses compromissos ante os demais. Vemos um aumento em inadimplência de contas de consumo, por exemplo, porque muitas concessionárias deixaram de cortar o serviço mesmo sem pagamentos durante a pandemia, fazendo com que as pendências fossem jogadas para frente — avalia o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.

Veja como parcelar

Enel (Rio e São Paulo)

A Enel Brasil oferece opções de parcelamentos de contas de energia em atraso em suas quatro distribuidoras (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás). Na Enel Distribuição São Paulo e na Enel Distribuição Rio, clientes inadimplentes podem parcelar suas dívidas em dez vezes (entrada + nove parcelas).

Na distribuidora do Rio, essa condição especial de parcelamento tem vigência até o dia 10 de maio e, após esse período, a dívida poderá ser parcelada em oito vezes (entrada + sete parcelas). O parcelamento pode ser realizado por meio do aplicativo de cada distribuidora ou ainda nas lojas de atendimento.

Light

A Light informou que está à disposição dos clientes que desejarem solicitar parcelamentos de débitos, pelos canais de atendimento listados abaixo. As condições variam, pois cada caso é analisado individualmente. Por meio do telefone 0800-282-0120, é possível realizar o parcelamento com débito de até R$ 2 mil apenas para clientes do varejo. No atendimento pelas redes sociais e pela agência virtual, é possível renegociar dívidas de até R$ 9.999,99. Nas agências, não há limite de valores.

Cedae

O parcelamento de dívidas e a consulta de revisão de contas podem ser solicitados nas agências de atendimento da companhia ou no site (www.cedae.com.br), medida adotada desde o início da pandemia para evitar o deslocamento dos consumidores até as agências. Os clientes podem parcelar as faturas (a partir do mês 3 de 2020) e escolher o pagamento em 4, 6, 8 ou 10 parcelas, com apenas 15% de entrada e isenção de multas e atualização monetária. A companhia ainda oferece consulta no site de contas emitidas durante a pandemia e revisadas de forma automatizada. As ações valem para todas as categorias de consumo.

Outra medida adotada no início da pandemia foi o prazo de 60 dias para pagamento das contas de março a agosto de 2020, para todos os clientes, sem cobrança de multas e com parcelamento sem ônus. A companhia também suspendeu a cobrança das faturas entre os meses de abril a outubro de 2020 para os clientes cujos imóveis estão enquadrados na tarifa social e para comércios de pequeno porte. Isso permitiu a esses consumidores priorizar e reorganizar suas despesas. Além disso, suspendeu os serviços de corte de abastecimento e negativação para todos os clientes durante o período de pandemia.

Naturgy (companhia de gás do Rio)

Os clientes que estão com contas em atraso podem negociar suas dívidas diretamente no portalMinha Naturgy. Para garantir a segurança e a proteção dos dados do cliente, o acesso é feito mediante cadastro e login. Em seguida, o cliente pode consultar o total da dívida, fazer simulações e optar pelo parcelamento de uma até 12 vezes.

Comgás (responsável pela distribuição em São Paulo)

Para os consumidores que estão em débito, a empresa tem um canal direto com o cliente para negociar suas dívidas e solicitar parcelamento delas diretamente com um atendente da companhia.

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