Asia

Kishida mantém maioria, mas sai enfraquecido de eleição no Japão

Por Sakura Murakami e Ju-min Park

TÓQUIO (Reuters) – O Partido Liberal Democrático (PLD), do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deve manter a maioria no Parlamento após a eleição no Japão neste domingo, embora tenha sofrido algumas perdas que devem enfraquecer seus esforços para reduzir a desigualdade, mostraram pesquisas de boca de urna.

Manter a maioria na câmara baixa do Parlamento é fundamental para Kishida –que assumiu o cargo apenas há algumas semanas– manter seu posto em um partido fracionado.

Pesquisas da emissora pública NHK, no entanto, mostraram que o partido deverá sair enfraquecido das urnas.

A votação foi um teste para Kishida, que convocou a eleição logo após assumir o cargo máximo do país no início deste mês, e para a sua legenda conservadora, principal força dominante na política japonesa do pós-guerra, que foi prejudicada pela percepção do público de que lidou mal com a pandemia do coronavírus.

Ex-banqueiro, de fala mansa, Kishida tem tido dificuldades para mudar a percepção de que não tem carisma. Enquanto segue as políticas tradicionais da ala de direita do partido, que pressiona pelo aumento dos gastos militares, ele também promete lidar com a desigualdade de renda, mencionando um “novo capitalismo” que tem alimentado preocupação entre os investidores.

A manutenção da maioria na câmara baixa preservará a capacidade do PLD de formular políticas sem ficar dependente de seu parceiro menor de coalizão, o Komeito, apoiado pelos budistas.

“A coalizão em si não irá desmoronar e o governo permanecerá, mas mesmo assim, o número de cadeiras que eles têm está diminuindo e isso pode tornar difícil o gerenciamento do Parlamento”, disse Airo Hino, professor de ciência política da Universidade Waseda, em Tóquio.

O PLD deve ficar com entre 234 e 253 cadeiras na câmara baixa, mais do que as 233 necessárias para se obter a maioria. Esse número é bem inferior aos 276 assentos que a sigla tinha antes da eleição.

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