Agro

RS tem novembro mais seco em 20 anos, diz Geosys; condição do milho preocupa

SÃO PAULO (Reuters) – O Rio Grande do Sul registrou na primeira quinzena de novembro um acumulado de chuvas de 41,1 milímetros, o patamar mais baixo em 20 anos para o período, avaliou a Geosys Brasil nesta quinta-feira, o que traz preocupações sobre o potencial produtivo do milho no Estado.

Essa situação é agravada pelo fato de as chuvas desta semana no Rio Grande do Sul, maior produtor de milho primeira safra do Brasil, terem ficado aquém do necessário para a recuperação da umidade do solo, segundo avaliação da empresa de meteorologia Rural Clima.

A Geosys Brasil, que faz análises com base em sensoriamento remoto e uso de dados de satélites, indicou que as chuvas da primeira quinzena no território gaúcho ficaram cerca de 65% abaixo da média histórica para o período, de 136,8 mm.

A empresa afirmou ainda que a umidade do solo do Rio Grande do Sul “está baixa, similar ao patamar de 2020, ano com registro de perdas na produção de grãos em virtude da seca no Estado”.

Na temporada passada, a produtividade média do milho gaúcho atingiu 5,4 toneladas por hectare, versus patamar de 7,5 toneladas registradas em um dos melhores anos recentes, na temporada 2018/19, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com a Geosys, o Estado recebeu na terça-feira um “bom volume de chuva, que deverá ajudar a elevar a umidade do solo no curto prazo, mas, mesmo assim, seguirá com índice abaixo da média”.

Em boletim divulgado nesta quinta-feira, a Rural Clima assinalou que as chuvas estão “muito aquém” do que muitas regiões produtoras de milho necessitavam.

“Há registro de chuvas muito boas em algumas localidades, volume superando 30, mas na maioria das regiões as chuvas não passaram de 5 milímetros”, disse o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos.

A partir de sexta-feira, com o deslocamento do sistema para a região Sudeste, o tempo volta a abrir no Rio Grande do Sul, e as chuvas no Sul vão se concentrar no Paraná e Santa Catarina, que terão condições favoráveis às lavouras, segundo a Rural Clima.

“No Rio Grande do Sul, as coisas começam a ficar preocupantes, nessas áreas de chuvas irregulares ou ausência delas, o milho nessas regiões, com mais de 20 dias sem chuvas, começa a reduzir o potencial produtivo”, disse o meteorologista da Rural Clima, citando que o cereal gaúcho poderá enfrentar problemas por mais um ano.

Somente há previsões de retorno de chuvas no Rio Grande do Sul na próxima quarta-feira.

(Por Roberto Samora)

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