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Premiê britânico não pode responder questões sobre festas por causa da polícia, diz vice

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) – O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não pode responder a perguntas específicas sobre festas durante o lockdown em seu gabinete e residência oficial em Downing Street porque não quer prejudicar uma investigação policial sobre 12 eventos, disse seu vice nesta terça-feira.

A polícia britânica está revisando mais de 500 pedaços de papel e mais de 300 fotografias como parte de uma investigação sobre se as reuniões em Downing Street, incluindo algumas com a presença do próprio Johnson, violaram as leis de lockdown contra a Covid-19. A investigação deve levar semanas.

“Se ele começar a responder a perguntas específicas que foram encaminhadas à polícia, ele será acusado, de fato, de forma justa e correta, de prejudicar, impedir ou interferir nessa investigação”, disse o vice-primeiro-ministro, Dominic Raab, à Sky News.

As avaliações pessoais sobre Johnson e o apoio ao seu Partido Conservador despencaram desde que as revelações sobre as festas surgiram, no final do ano passado, representando uma séria ameaça à sua posição como primeiro-ministro.

Um relatório limitado da funcionária pública graduada Sue Gray na segunda-feira mostrou que eventos movidos a álcool ocorreram em Downing Street quando as regras de lockdown estavam em vigor. Gray disse que houve “graves falhas de liderança” e que alguns dos eventos não deveriam ter sido permitidos.

Pesquisas de opinião mostraram que os eleitores britânicos acreditam que Johnson deveria renunciar: 69% em uma pesquisa Savanta ComRes e 63% em uma pesquisa YouGov.

O líder do Partido Trabalhista, de oposição, Keir Starmer, disse na segunda-feira que Johnson não está apto a liderar o país e deveria renunciar, enquanto a ex-primeira-ministra conservadora Theresa May perguntou se Johnson simplesmente ignorou as regras da Covid ou não as entendeu.

Embora haja crescente dissidência em seu próprio partido, para desencadear uma contestação da liderança de Johnson, 54 dos 359 parlamentares conservadores precisam enviar cartas de desconfiança e esse número não foi alcançado.

Depois de dizer inicialmente que nenhuma regra foi quebrada, Johnson se recusou repetidamente a responder detalhes sobre sua própria participação em alguns dos eventos. Mais tarde, ele admitiu estar em uma delas mas disse que achava se tratar de um evento de trabalho.

Na segunda-feira, ele se recusou a dizer se estava em uma reunião em seu próprio apartamento acima do escritório na 10 Downing Street, citando a investigação policial.

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