Prova de vida do INSS serve de isca para golpistas roubar dados dos segurados
Prova de vida do INSS serve de isca para golpistas roubar dados dos segurados Os golpistas não dão trégua para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que continuam a ser assediados. A isca agora é a prova de vida anual, que desde fevereiro não é mais exigida presencialmente, nem por biometria. Desde o dia 2 de fevereiro, a prova de vida passou a utilizar o cruzamento de dados de outras bases de dados do governo e não é mais preciso ir ao banco, somente se for chamado.
Segundo o órgão, os fraudadores ligam para aposentados e pensionistas e informam todos os dados pessoais do segurado. Em outros casos, alerta o INSS, é enviada uma mensagem por WhatsApp pedindo para que o aposentado envie uma foto de um documento para finalizar o processo de recadastramento. E é justamente nesse ponto que consiste a fraude: os golpistas ficam de posse da documentação e dos dados e fazem transações irregulares em nome de aposentados e pensionistas.
“O INSS não entra em contato por meio de mensagens de telefone ou aplicativos como WhatsApp, ligação ou e-mails para oferecer serviços de empréstimo consignado, nem envia motoboys para a casa dos beneficiários. Não devem ser passados, em nenhuma hipótese, dados como senhas e dados bancários”, informa a autarquia.
O INSS adverte para que, caso recebam esse tipo de ligação, desliguem o telefone e não forneçam nenhuma informação. E reafirma que não faz contato por telefone para procedimento de prova de vida.
As abordagens dos golpistas podem ocorrer ainda por carta, e-mail, telefone ou mensagem de celular. Segundo o instituto, em caso de tentativa de golpe, é preciso denunciar o fato pelo site https//falabr.cgu.gov.br/ ou pela central telefônica 135.
Situações específicas
De acordo com o instituto, somente em algumas situações é feito o contato com o segurado. Normalmente, é para informar sobre procedimentos, andamento de requerimentos ou reagendamentos. E adverte: “Em nenhum momento solicita qualquer informação, como CPF, nome da mãe ou senhas”.
O segurado pode receber e-mail, SMS, carta ou ligação do INSS, sempre por meio dos canais oficiais de atendimento: Meu INSS, central de atendimento 135, ou SMS identificado como 280-41. O instituto explica que somente nos casos em que o segurado entra em contato são solicitados CPF e nome da mãe para confirmação da identidade.
Caso tenha caído na lábia de falsários, orienta o INSS, é importante registrar um boletim de ocorrência na delegacia.
Como é a prova de vida
A principal novidade foi a inversão da lógica de comprovação no recadastramento anual que aposentados e pensionistas do INSS têm que fazer anualmente. Em vez de o segurado provar que está vivo, caberá ao INSS certificar-se de que ele não morreu. Antes, o segurado precisava ir a uma agência bancária.
Segurados com biometria facial registrada no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) podiam fazer a prova de vida digital no aplicativo Meu INSS. Idosos a partir de 80 anos ou pessoas com dificuldade de locomoção podiam pedir visita em domicílio, agendando horário pelo telefone 135 ou pelo app Meu INSS.
Agora, a ida ao banco será opcional e usada apenas como último recurso. O INSS terá acesso a dados como votação em eleições; registro de transferências de bens; vacinação; consultas pelo Sistema Único de Saúde; ou renovação de documentos como identidade, carteira de motorista ou passaporte. Se alguma movimentação tiver acontecido nos dez meses posteriores ao aniversário do segurado, o INSS considerará o beneficiário vivo.
Caso não haja registro de movimento nesse período, o próprio órgão fará outras formas de comprovação de vida, a serem definidas no futuro. Ao anunciar as novas regras, o INSS informou que estuda soluções como a generalização da prova de vida digital, com um sistema de envio de fotos por aplicativo a partir de 2023, ou a manutenção do envio de servidores públicos para a coleta de dados biométricos na casa do aposentado ou pensionista. Segundo o INSS, o novo processo será implementado gradualmente até 31 de dezembro.
O mês de aniversário do segurado como data para a prova de vida não mudou. As novas regras já valem para todos que fazem aniversário após 2 de fevereiro, data de publicação da portaria. Se o segurado quiser regularizar pendências de anos anteriores, poderá ir ao banco fazer a prova de vida presencial, se quiser. A portaria estabelece apenas que ele não pode ser obrigado pela instituição financeira a procurar uma agência bancária.
Atualmente, 36 milhões de aposentados e pensionistas precisam provar, todos os anos, que estão vivos, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência. De acordo com o INSS, as mudanças ocorreram para evitar ao máximo que idosos precisam sair de casa e reduzir dificuldades para segurados com problemas de saúde. Fonte: Extra Globo