Africa

Ruto se torna o quinto presidente do Quênia após eleição apertada

Por George Obulutsa e Ayenat Mersie

NAIRÓBI (Reuters) – William Ruto foi empossado como o quinto presidente do Quênia nesta terça-feira, uma semana depois que a Suprema Corte do país rejeitou uma contestação de seu oponente derrotado em uma eleição acirrada na qual Ruto se apresentou como um “trabalhador” azarão lutando contra a elite.

Vice-presidente durante a última década, Ruto deve agora encarar uma crise econômica no país mais rico e estável da África Oriental, onde os preços dos alimentos e dos combustíveis estão subindo, o desemprego é alto e a dívida pública também está aumentando.

“Um menino da aldeia se tornou o presidente do Quênia”, disse Ruto na cerimônia, enquanto a multidão explodia em aplausos. Como a seca agrava uma grande crise alimentar na África Oriental, ele prometeu disponibilizar 40 milhões de sacas de fertilizantes pela metade do preço na próxima semana.

O político de 55 anos venceu a eleição do mês passado apesar da rejeição pública de seu antigo chefe, o agora ex-presidente Uhuru Kenyatta, que disse que Ruto “não estava apto para o cargo”. Ambos os lados fizeram acusações de corrupção durante uma campanha profundamente pessoal e amarga.

O sucessor preferido de Kenyatta, o veterano líder da oposição Raila Odinga, acusou Ruto de trapacear em seu caminho para a vitória. Mas Odinga aceitou a decisão da Suprema Corte que manteve o resultado, acabando com os temores de violência política como aconteceu após eleições disputadas em 2007 e 2017. 

“Não deve haver vingança”, trovejou o bispo Mark Kariuki na cerimônia de terça-feira, vestindo uma faixa roxa escura bordada com a palavra “PAZ”.

Odinga não compareceu, mas Kenyatta apertou a mão de Ruto antes que ele prestasse juramento e emitiu uma mensagem de felicitações na noite anterior. Ruto em seu discurso pediu a Kenyatta que continue liderando os esforços regionais de paz na Etiópia e nos países africanos dos Grandes Lagos.

A transferência pacífica de autoridade irá polir as credenciais democráticas do Quênia em uma região onde alguns líderes detêm o poder há décadas.

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