Economia

Nubank desiste de BDR nível III na B3

SÃO PAULO (Reuters) – O Nubank informou nesta quinta-feira que seu conselho de administração aprovou começar processo de descontinuidade de seu programa de BDRs Nível III na B3, concentrando a negociação de seus papéis na Bolsa de Nova York (Nyse).

Uma vez implementada, a operação dará aos donos de BDRs da companhia a opção de receber ações ordinárias classe A negociadas na Nyse, na proporção de 6 BDRs para cada ação — portanto, para optar por essa alternativa o investidor tem que possuir um mínimo de 6 BDRs.

Outra opção será trocar os BDRs de nível III por papéis de nível I, na proporção de um para um. Por fim, os investidores do Nubank na B3 poderão vender seus papéis.

O BDR é um recibo negociado em bolsa com lastro em ações listadas no exterior. No nível III, há a necessidade do registro da empresa junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de oferta pública dos ativos, o que não ocorre no nível I.

Em fato relevante, a companhia afirmou que a proposta visa a “maximizar a eficiência e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia aberta em mais de uma jurisdição”. Além disso, o Nubank disse que a decisão não afeta o compromisso de longo prazo do grupo com o Brasil.

A medida acontece após o cofundador e presidente-executivo do banco digital, David Vélez, ter manifestado insatisfação com a visão de analistas de instituições financeiras no Brasil em relação às ações do Nubank.

Em entrevista à Reuters, na semana passada, Vélez disse que parte dos analistas no Brasil, parece esperar do Nubank rentabilidade maior de forma mais imediata, mas que há etapas a serem percorridas antes que sua tese se confirme.

Das 17 casas de análise que acompanham a ação do Nubank, segundo dados da Refinitiv, três têm recomendação ‘underperform’, todas elas no Brasil (Itaú BBA, Bradesco e Santander). O BTG Pactual tem recomendação netura.

O anúncio ocorre também na esteira de inovações regulatórias e tecnológicas, que têm facilitado a negociação por investidores de varejo do Brasil diretamente em bolsas estrangeiras.

O plano do Nubank será submetido à aprovação da B3.

(Por Aluísio Alves)

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