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Chanceleres de Brasil e Rússia se reúnem na ONU em dia de ameaça nuclear de Putin

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, à margem da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), informou o Itamaraty nesta quarta-feira, mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, sinalizou com ameaça velada de usar armas nucleares após derrotas do país na guerra na Ucrânia.

França e Lavrov encontraram-se por ocasião da reunião anual de líderes mundiais na sede ONU em Nova York. Segundo publicação do Itamaraty no Twitter, os dois chanceleres reiteraram preocupação com os efeitos das sanções internacionais impostas à Rússia sobre a segurança alimentar e energética global.

“O ministro das Relações Exteriores recordou a posição brasileira em favor de solução diplomática que leve à paz duradoura na Ucrânia, conforme reiterado pelo presidente da República em seu discurso na AGNU (Assembleia Geral da ONU)”, afirmou o ministério.

A Rússia tem sofrido uma série de sanções da União Europeia e dos Estados Unidos desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro.

Nesta quarta-feira, Putin convocou 300 mil reservistas para lutar na Ucrânia e apoiou um plano de anexação de partes do país vizinho, insinuando ao Ocidente estar preparado para usar armas nucleares para defender a Rússia.

O anúncio ocorreu após aumento de baixas e reveses no campo de batalha para as forças russas, expulsas de áreas que haviam capturado no nordeste da Ucrânia em uma contraofensiva ucraniana neste mês.

De acordo com o Itamaraty, os dois ministros conversaram também sobre temas da agenda bilateral entre Brasil e Rússia.

“Tratou-se do fornecimento de fertilizantes ao agronegócio brasileiro. A Rússia está entre os 15 maiores parceiros comerciais do Brasil e é o principal fornecedor de fertilizantes. Entre janeiro e agosto de 2022, o comércio bilateral já soma 7,1 bilhões de dólares”, disse a pasta.

Quando o conflito eclodiu na Ucrânia, em fevereiro, o Brasil sofreu forte impacto no fornecimento de fertilizantes, já que importava cerca de 85% do seu consumo.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro destacou que os dois países completam 194 anos do estabelecimento de relações diplomáticas no próximo dia 3 de outubro e que a parceria estratégica contribui para iniciativas de cooperação em áreas como energia, espaço e agricultura.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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