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Trio de bilionários fala sobre Americanas, demissões chegam ao Google e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Principal alvo dos bancos, trio de bilionários vem a público e nega conhecimento prévio das “inconsistências” na Americanas. Conheça o RendA+, novo título do Tesouro para aposentadoria. A startup de web3 que atraiu um fundo do Vale do Silício em uma rodada seed de US$ 15 milhões, como a atual onda de demissões em tecnologia, reforçada pelo Google, é vista de maneira distinta por millenials e baby boomers e outros destaques da economia nesta segunda-feira (23).

**TRIO FALA PELA 1ª VEZ**

Em sua primeira manifestação pública desde que estourou o escândalo contábil da Americanas, o trio de bilionários que é acionista de referência da companhia disse que nunca teve conhecimento nem admitiria quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na empresa.

Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que possuem 31% da empresa, têm sido pressionados desde o começo da crise pelos credores para que coloquem pelo menos R$ 15 bilhões para tirar a companhia do sufoco, mas eles acenaram com uma quantia de cerca de R$ 6 bilhões.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a disputa entre os bancos e o trio fez a Americanas entrar com o pedido de recuperação na Justiça às pressas. O BTG, um dos maiores credores da varejista, disse em petição que os bilionários são “fraudadores que dão ‘uma de maluco’”.

Na nota, antecipada pelo site Brazil Journal, os acionistas dizem que a Americanas foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada nos últimos 20 anos, e que contava com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC.

Eles afirmam que, como acionistas, também foram “alcançados por prejuízos”. Leia aqui o documento na íntegra.

QUEM SÃO ELES

Lemann, Telles e Sicupira trabalham juntos desde a década de 70, quando se conheceram no Banco Garantia e fizeram parte da criação do mercado financeiro no Brasil.

Por sua empreitada no 3G, fundo pelo qual se tornaram acionistas relevantes da AB Inbev, maior cervejaria do mundo, da gigante de alimentos Kraft Heinz e da Americanas, eles se tornaram o trio de investidores brasileiros mais respeitado e admirado pelo mercado –visão que foi abalada pelo escândalo na Americanas.

Na sexta (20), a CVM incluiu seus nomes na lista de investigados sobre a crise na companhia.

A CRISE PARA OS MINORITÁRIOS

O administrador de empresas André Krizak relatou ao jornal Folha de S.Paulo que investiu boa parte das suas economias –”mais de R$ 40 mil”– em ações da Americanas no dia 11 de janeiro, horas antes das “inconsistências” virem à tona.

Entre a data da compra até agora, ele perdeu R$ 65 mil nos papéis. “Me senti fraudado”, disse Krizak. “Comprei a ação por R$ 12 e agora ela vale menos de R$ 1, preço de bala”.

E NO DIA A DIA?

Em uma tentativa de acalmar os clientes, a Americanas afirmou que suas operações não foram afetadas, que as vendas seguem normais também em seus sites e que os valores estão sendo repassados aos “sellers” –vendedores terceiros.

A empresa também diz que o cashback nas contas digitais da Ame segue disponível.

**RENDA+: O NOVO TÍTULO DO TESOURO**

Um novo título do Tesouro será liberado aos investidores a partir do dia 30 deste mês. Trata-se do RendA+, voltado para quem deseja poupar para a aposentadoria.

ENTENDA

A ideia é que o investidor aplique os recursos durante certo período e, depois, receba um valor mensal por 20 anos. O produto será atrelado à inflação mais uma taxa de juros real, conhecida no momento do investimento.

A oferta inicial prevê oito opções de data de conversão (quando a pessoa começa a receber a renda dos investimentos): 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065.

Entre as atratividades, estão o baixo custo de administração do título e a possibilidade de pagamento via Pix, além do valor mínimo de R$ 30 para aplicação.

Para os especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo, o período curto de rendimentos recebidos –20 anos– na comparação com as opções da previdência privada –que podem chegar à renda vitalícia– tiram parte da atratividade do investimento.

MAIS SOBRE INVESTIMENTOS EM RENDA FIXA…

– Já ouviu falar de FIDCs? Os fundos de direitos creditórios aplicam em recebíveis de empresas. Antes restritos aos investidores profissionais e qualificados, eles serão liberados para o público em geral em abril.

– Na moda: pesquisa da XP com 10 mil usuários da plataforma aponta que 65% dos participantes vão apostar na compra de títulos de renda fixa para obter rendimentos ao longo do ano.

…E EM RENDA VARIÁVEL

Elétricas, bancos e commodities: gestores apontam maiores pagadoras de dividendos em 2023 .

**STARTUP DA SEMANA: PARFIN**

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.

A STARTUP

Fundada em 2019, no Rio, ela também tem escritório em Londres e fornece infraestrutura de web3 para empresas.

O termo representa a próxima geração da internet, que será construída a partir de tecnologias descentralizadas, como as blockchains.

EM NÚMEROS

A Parfin anunciou na última semana ter recebido um aporte de US$ 15 milhões (R$ 78 milhões) em uma rodada seed (entenda aqui as etapas de investimento em startups).

Quem investiu: o aporte foi liderado pelo Framework Ventures, fundo do Vale do Silício, em San Francisco (EUA), focado no mercado de ativos digitais. L4 Venture Builder, veículo de investimentos da B3, Valor Capital Group e Alexia Ventures também participaram da rodada.

QUE PROBLEMA RESOLVE

A startup fornece três alternativas para ajudar as empresas a se inserirem no mundo dos ativos digitais:

– Um serviço para bancos e corretoras oferecerem em suas plataformas opção de transação de criptomoedas;

– Uma solução de custódia para esses ativos, para que eles fiquem separados dos balanços das corretoras ou bancos;

– Um terminal para facilitar a gestão e a transação de ativos digitais para fundos que operam nesse mercado.

POR QUE É DESTAQUE

O volume captado pela Parfin, além de ter sido um dos maiores anunciados por startups na última semana, chama a atenção por ser em uma rodada seed, em que os aportes costumam ser menores –ainda mais no cenário atual.

Como comparação, a média dos investimentos em rodadas seed anunciados por startups brasileiras no ano passado foi de US$ 2 milhões, segundo dados da plataforma SlingHub.

A SEMANA EM RESUMO

Foram quatro aportes anunciados por startups latino-americanas na última semana, com US$ 143 milhões (R$ 743 milhões) captados.

Os dados foram fornecidos pela plataforma Sling Hub.

**DEMISSÕES NA DONA DO GOOGLE**

Meta, Microsoft, Amazon…e Alphabet. A controladora do Google é a mais nova big tech a anunciar uma demissão em massa, que atingirá 12 mil funcionários, anunciou a companhia na sexta (20).

As perdas de empregos da Alphabet afetam equipes em toda a empresa, incluindo recrutamento e funções corporativas, bem como equipes de engenharia e produtos. As demissões são a nível global.

Os cortes na Alphabet ocorrem dois dias depois que a Microsoft disse que demitiria 10 mil funcionários.

Entre as FAANG, sigla conhecida por reunir algumas das mais relevantes big techs (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google), apenas a Apple não anunciou uma leva de demissões na atual crise do setor.

As ações da companhia também são as que menos recuaram desde o começo do ano passado, acompanhando uma demanda resiliente dos consumidores por seus produtos, em especial o iPhone.

CHOQUE DE GERAÇÕES

Se para muitos dos millenials e da geração Z que trabalham em tecnologia este corte pode representar a primeira demissão de suas vidas, aqueles da geração “baby boom” e da geração X, nascidos entre 1946 e 1980, tratam como mais uma crise do setor.

Eles estavam no mercado de trabalho durante o crash das pontocom na virada do milênio, que acabou com 1 milhão de postos de trabalho. De 2001 a 2005, o setor de tecnologia demitiu um quarto dos trabalhadores.

A visão dos baby boomers sobre a onda atual ser uma espécie de “marolinha” encontra eco nos especialistas, para quem os atuais cortes, por enquanto, ainda representam uma reversão da explosão de contratações no período pós-pandemia.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

MOEDA COMUM

Discussão sobre moeda comum deve ganhar força em viagem de Lula a Buenos Aires, dizem aliados. Presidente se reúne com colega Alberto Fernández durante cúpula da Celac; ministro Fernando Haddad (Fazenda) integra comitiva.

MERCADO

Promessa de Lula para Imposto de Renda custa mais de R$ 100 bi e dificulta tarefa de Haddad. Projeções variam, e perdas podem chegar a R$ 170 bi; sem reajuste desde 2015, defasagem é alta.

FIESP

Fiesp tem guerra de versões e Josué chama assembleia de ‘clandestina’. Pronunciamento raro de presidente da Fiesp ocorre após vice comunicar que havia assumido interinamente.

SANTANDER

Rial renuncia como presidente do conselho do Santander Brasil. Saída ocorre após o executivo ter deixado presidência da Americanas e revelado escândalo contábil da varejista.

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL

Quem são os super-ricos que pedem para pagar mais impostos? Empresários, herdeiros e celebridades criticam a tolerância à riqueza extrema em carta aberta aos líderes políticos mundiais.

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