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Taxas dos contratos futuros de juros caem no Brasil em sintonia com os Treasuries

Taxas dos contratos futuros de juros caem no Brasil em sintonia com os Treasuries

SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em baixa nesta sexta-feira no Brasil, com os investidores de olho no exterior, onde o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciou durante a tarde alta de 0,25 ponto percentual em sua taxa básica de juros, para a faixa 4,75%-5,00% ao ano, como era esperado.

O comunicado do Fed, conforme alguns profissionais, foi um pouco mais ameno –ou “dovish”, na linguagem do mercado– ao sinalizar que pode promover apenas mais uma elevação de juros, antes de dar fim ao atual ciclo de aumentos.

Após a decisão do Fed, divulgada às 15h (horário de Brasília), os retornos dos Treasuries ampliaram as perdas, com a perspectiva de que a instituição está perto de finalizar o ciclo de alta de juros.

Em sintonia com o exterior, as taxas dos contratos de DI (Depósito Interfinanceiro), que já vinham recuando antes das 15h, ampliaram um pouco as perdas no Brasil.

Por trás do movimento está a ideia de que um aperto monetário mais brando nos EUA também favorece eventual antecipação do corte da Selic (a taxa básica brasileira), atualmente em 13,75% ao ano.

“A desaceleração da inflação nos EUA, de 6,4% em janeiro para 6% em fevereiro, intensificou a aposta dos investidores de que a taxa de juros ficará mais próxima de 5% do que 6% ao fim do ciclo, o que foi confirmado no quadro de projeções do Federal Reserve”, pontuou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

“A maioria dos dirigentes espera juros entre 5,0% e 5,25% em 2023, e corte de juros apenas em 2024, visto que a inflação irá convergir para meta de 2% apenas em 2025”, acrescentou.

Neste cenário, no fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2024 estava em 13,025%, ante 13,011% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 12,055%, ante 12,108%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 12,32%, ante 12,424% do ajuste anterior.

Em seu comunicado, o Fed também qualificou o sistema bancário dos Estados Unidos como “sólido e resiliente”, em clara referência à crise bancária mais recente, que levou duas instituições à falência.

Às 16:35 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 11,40 pontos-base, a 3,4922%.

No Brasil, os investidores dividiam as atenções entre o anúncio do Fed e a expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que sai após as 18h30.

A expectativa majoritária é de que o colegiado mantenha a Selic em 13,75% ao ano. Mas os participantes do mercado estão ansiosos para saber se, no comunicado, o BC trará indicações sobre quando começará o processo de corte de juros. A depender do conteúdo do comunicado, as taxas dos contratos futuros tendem a passar por novas correções na quinta-feira.

(Por Fabrício de Castro)

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