Brasil

Dólar tem pouca alteração antes de dados dos EUA e com arcabouço no radar

Por Luana Maria Benedito

(Reuters) – O dólar alternava estabilidade e leves perdas frente ao real nesta segunda-feira, com investidores acompanhando com cautela a tramitação do arcabouço fiscal no Congresso, enquanto aguardam a última leva de dados econômicos dos Estados Unidos antes da reunião de política monetária de maio do Federal Reserve.

Às 10:14 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,08%, a 5,0560 reais na venda.

Na B3, às 10:14 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,01%, a 5,0585 reais.

Esse movimento estava em linha com a leve queda do índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares fortes.

Os mercados financeiros globais “aguardam uma semana mais pesada de indicadores econômicos antes da reunião do Fomc (comitê de decisão de juros do Fed) na semana que vem”, disse a equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.

O destaque da semana é a publicação dos dados do índice de preços norte-americano PCE, na sexta-feira, mas antes disso o mercado também fica atento à divulgação da leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do primeiro trimestre.

Dados mais fortes do que esperado podem levar o Fed a estender seu ciclo de aperto monetário de forma a esfriar uma economia resiliente e, consequentemente, reduzir a inflação. Atualmente, os mercados apostam que o banco central dos EUA elevará os juros pela última vez neste ciclo, em 0,25 ponto percentual, quando se reunir nos dias 2 e 3 de maio.

Enquanto isso, no Brasil, a proposta de arcabouço fiscal enviada pelo Executivo ao Congresso na semana passada fica no radar, depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ter afirmado na sexta-feira que o Congresso poderá fazer mudanças, mas que a essência do projeto será mantida e isso não atrasará a tramitação.

“As expectativas em torno do arcabouço foram em grande parte atendidas, embora existam preocupações sobre a maneira de execução do texto, o que levou a uma oscilação momentânea nos ativos locais”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

Alguns investidores acreditam que o texto do arcabouço — embora demonstre esforço pela estabilização das contas públicas– abre espaço para impunidade do governo no caso de desobediência fiscal. Além disso, muitos acreditam que as metas da nova regra fiscal são ambiciosas demais.

Apesar dos ruídos fiscais, que impulsionaram a moeda norte-americana na semana passada, “o real será negociado em linha com a nossa projeção pessimista para o dólar, independentemente das notícias locais”, disse Moutinho.

Na última sessão, na quinta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0598 reais na venda, em baixa de 0,52%, mas acumulou forte alta na semana, abandonando patamares abaixo de 5 reais atingidos recentemente.

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