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Liga Árabe readmite Síria conforme relações com Assad se normalizam

Por Aidan Lewis e Sarah El Safty

CAIRO (Reuters) – A Liga Árabe readmitiu a Síria após mais de uma década de suspensão, consolidando um esforço regional para normalizar os laços com o presidente Bashar al-Assad.

A decisão deste domingo diz que a Síria pode retomar sua participação nas reuniões da Liga Árabe imediatamente, enquanto pede uma resolução da crise resultante da guerra civil da Síria, incluindo a fuga de refugiados para países vizinhos e contrabando de drogas na região.

Enquanto os estados árabes, incluindo os Emirados Árabes Unidos, pressionaram pela reabilitação da Síria e de Assad, outros, incluindo o Catar, permaneceram contrários à normalização total sem uma solução política para o conflito sírio.

Alguns estão ansiosos para estabelecer condições para o retorno da Síria, com o ministro das Relações Exteriores da Jordânia dizendo na semana passada que a reaceitação da Síria, que permanece sob sanções ocidentais, seria apenas o começo de “um processo muito longo, difícil e desafiador”.

“O restabelecimento da Síria não significa a normalização das relações entre os países árabes e a Síria”, disse o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, em entrevista coletiva no Cairo no domingo. “Esta é uma decisão soberana para cada país tomar.”

Uma autoridade jordaniana disse que a Síria precisaria mostrar que leva a sério a obtenção de uma solução política, já que isso seria uma pré-condição para fazer lobby para qualquer suspensão das sanções ocidentais, um passo crucial para financiar a reconstrução.

Pela decisão deste domingo, Jordânia, Arábia Saudita, Iraque, Líbano, Egito e o Secretário-Geral da Liga Árabe formarão um grupo ministerial para fazer a ligação com o governo sírio e buscar soluções para a crise por meio de medidas recíprocas.

As medidas práticas incluem esforços contínuos para facilitar a entrega de ajuda na Síria, de acordo com uma cópia da decisão vista pela Reuters.

A adesão da Síria à Liga Árabe foi suspensa em 2011 após a repressão aos protestos de rua contra Assad que levaram à guerra civil. Vários estados do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, começaram a apoiar grupos rebeldes que lutam para derrubar Assad do poder.

(Reportagem adicional de Hatem Maher e Nayera Abdallah no Cairo e Suleiman al-Khalidi em Amã)

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