Brasil

TSE retoma julgamento de Bolsonaro com voto de Cármen Lúcia que pode tornar ex-presidente inelegível

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta sexta-feira o julgamento da ação que pode resultar na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por ter promovido, quando presidia o país em julho passado, uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada para atacar o sistema eletrônico de votação.

Com um placar de 3 votos a 1 contra Bolsonaro após três sessões do julgamento, a ministra Cármen Lúcia, atual vice-presidente do TSE e única mulher entre os julgadores, deve dar o voto para formar maioria pela condenação à perda de direitos políticos do ex-presidente nos próximos oito anos, a contar da eleição de outubro de 2022, sob a acusação de ter cometido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Cármen Lúcia tem respaldado decisões dos colegas do TSE para aplicar punições à chapa eleitoral encabeçada por Bolsonaro durante todo o processo eleitoral, segundo uma fonte da corte.

Na sessão de quinta-feira, a ministra fez uma espécie de desagravo ao relator da ação, Benedito Gonçalves, durante intervenção feita ao longo do voto do ministro Raul Araújo, único até agora que votou para absolver Bolsonaro. Disse que Benedito não usou a chamada “minuta do golpe” como base para punir o ex-presidente, ao contrário do que vinha fundamentando Araújo.

“O senhor (Raul Araújo) está excluindo a minuta, sem pertinência com o que o relator teria dito”, afirmou a ministra, em fala que foi chancelada pelo próprio Benedito e pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Além de Cármen Lúcia, ainda faltam votar Nunes Marques e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Bolsonaro nega qualquer irregularidade e sua defesa já disse que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) se for considerado culpado pelo TSE.

“Não ataquei o sistema eleitoral, eu mostrei possíveis falhas”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Itatiaia nesta sexta-feira. “Esse julgamento não tem pé, nem cabeça”.

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