Economia

Cautela externa reacende e Ibovespa tem volatilidade, mas ações de 1ª linha atenuam

Queda em NY na quarta-feira pesa no Ibovespa, que inicia abaixo dos 96 mil pontos

A fraqueza das bolsas de Nova York, o nível ainda elevado dos rendimentos dos Treasuries e o recuo das commodities limita a alta do Ibovespa nesta quinta-feira, 5. A cautela continua nos mercados. Na quarta-feira, o petróleo caiu mais de 5% e hoje volta a ceder, embora com menos força, o que permite algum ganho em Petrobras. Também na quarta, o Índice Bovespa fechou em alta de 0,17%, aos 113.607,45 pontos.

Também apesar do recuo do minério de ferro em Cingapura, tornando referência já que as negociações em Dalian seguem suspensas por conta de feriado na China, Vale subia em torno de 0,80%. Além disso, o que ajuda o Índice Bovespa são os papéis de grandes bancos, que avançam.

“As ações de bancos refletem 100% a questão do JCP Juros sobre Capital Próprio”, diz André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos. O Ministério da Fazenda elaborou uma proposta intermediária ao fim do JCP. O instrumento é usado por grandes companhias para remunerar seus acionistas e o seu fim é motivo de temor por algumas empresas.

No geral, os investidores seguem atentos a eventuais sinais da política monetária dos Estados Unidos, após dados conflitantes dos últimos dias, até que saia o payroll, amanhã. Ontem, a pesquisa ADP mostrou menor geração de vagas de emprego no país do que o esperado, reforçando a ideia de enfraquecimento. Um dia antes, contudo, o relatório Jolts de emprego veio forte.

Hoje, por sua vez, os novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos avançaram 2 mil, na semana encerrada no dia 30 de setembro, a 207 mil, ante previsão de analistas de 212,5 mil. “O dado veio abaixo do esperado e sugere que não há indícios de recessão. Enquanto isso, o mercado segue acompanhando bem as taxas dos Treasuries, principalmente a de dez anos, e hoje teremos falas de membros do Fed, que poderão dar tom aos mercados”, afirma Rocha, da Manchester.

Apesar de a maioria dos rendimentos dos títulos americanos operar em queda hoje após máximas em 16 anos na última sessão, o quadro segue inspirando cautela, reforça Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. Por isso, diz, é a grande a expectativa do mercado pela divulgação do payroll, amanhã, na tentativa de encontrar pistas sobre os juros dos EUA.

“O mercados estão em compasso de espera pela divulgação do payroll. Então, ainda fica reagindo aos Treasuries, cujos rendimentos cederam um pouco, mas ainda estão em níveis elevados. A dúvida é se partir da leitura do relatório oficial de emprego dos EUA haverá indícios de nova alta dos juros americanos”, diz Monteiro.

Mais cedo nos EUA, também saiu a balança comercial, que teve déficit de US$ 58,3 bilhões em agosto, menos negativo do que a previsão -US$ 65,1 bilhões.

No Brasil, a agenda está esvaziada, destaque apenas à participação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento. Segundo ele, em função das reformas no primeiro semestre no Brasil, os juros longos começaram a cair antes dos cortes da Selic. O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou, em evento, mais cedo, a melhora das expectativas do mercado, porém reconheceu que a inflação se mostra mais persistente e resiliente do que se esperava originalmente.

Às 11h33, o Ibovespa subia 0,23%, aos 113.863,69 pontos, após alcançar 114.359,33 pontos na máxima, em alta de 0,66%. As Units de Santander tinham alta de quase 3,00%, enquanto os demais papéis de grandes bancos subiam acima de 1,00%. Já Petrobras subia 0,64% (PN) e 0,354% (ON), depois de recuar.

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