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Criminoso retira todo o dinheiro da conta de vítima em ‘golpe da maquininha’, e relato viraliza na web

O relato de uma cliente do banco digital Nubank, que caiu no “golpe da maquininha”, viralizou nas redes sociais nesta semana. Na postagem, que acumulou 15 mil curtidas em menos de um dia, a vítima contou ter tido a conta esvaziada por um criminoso na última sexta-feira (dia 23), após o pai ser convencido de que colegas de trabalho tinham comprado uma cesta de presente de aniversário para ele. Na história inventada por um golpista, já teria sido feita uma tentativa de entrega, malsucedida, e seria necessário o pagamento de uma nova taxa, de apenas R$ 7,99, para outra tentativa. O bandido, no entanto, conseguiu transferir muito mais e fugiu do local.

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Como a taxa de entrega era pequena, o pai de Paula, como se identificou a vítima, aceitou a condição e pediu que ela recebesse o pacote. A mulher contou que tentou pagar a taxa em dinheiro, mas o suposto entregador disse que não tinha autorização para receber dessa forma ou via Pix. A vítima ainda tentou fazer o pagamento com cartão por aproximação, mas a máquina acusou erro. Foi quando ela cedeu ao golpe.

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“Ele trocou a máquina por uma que só funcionava a opção de inserir e falou para eu tentar nela. Ele me mostrou o valor de R$ 7,99, eu inseri o cartão e coloquei a senha com a máquina próxima ao meu corpo para ele não ver. A compra não passou, ele pegou a máquina de volta com meu cartão inserido e ficou fingindo que tentava pegar sinal”, lembrou a vítima.

Quando estranhou a demora, no entanto, era tarde demais. “Gritei: ‘Você tá me roubando, né? Tem câmera aqui!”, contou Paula, lembrando que o homem rapidamente voltou à mota e fugiu.

“O cara limpou minha conta. Foi fazendo pagamentos no débito de valores diferentes menores que R$ 1 mil, já consciente de que os bancos levantariam suspeita com valores repetidos — o que aparentemente é facilmente contornável pois não teve nenhuma trava por parte do banco para uma estratégia boba”, criticou ela.

Uma das imagens postada na internet mostrou que um dos pagamentos aprovado no débito foi de R$ 995.

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Ao entrar em contato com o Nubank, inicialmente, Paula recebeu uma informação de que seu cartão seria bloqueado, assim como a conta para o qual foram feitos os pagamentos. Mas o banco ainda levaria 11 dias para analisar a questão, sem garantia de retorno da quantia roubada. Após a repercussão do caso, no entanto, a mulher retornou às redes para dizer que a devolução já foi feita pela instituição financeira.

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Procurado pelo EXTRA, o Nubank respondeu que não comenta casos específicos “para preservar o sigilo bancário de seus clientes”. E afirmou que “o chamado ‘golpe da maquininha’ afeta clientes das mais diferentes instituições financeiras e, por isso, o Nubank disponibiliza publicamente em seus canais, como o blog e a plataforma SOS Nu, orientações de segurança sobre como se prevenir e quais medidas tomar’.

Como funciona o golpe

Segundo especialistas em segurança financeira, o “golpe da maquininha” é um dos mais comuns no Brasil. Nele, criminosos utilizam técnicas de engenharia social, ou seja, manipulação que explora erros humanos para obter informações privadas ou acessos a itens de valor. Geralmente, usam de uma narrativa de entrega, mesmo que a vítima não tenha solicitado o produto. Exatamente como o pai de Paula foi abordado.

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— Criminosos utilizam maquininhas falsificadas ou modificadas para passar o cartão de crédito ou débito, permitindo que eles alterem o valor final da compra com o intuito de roubar dinheiro das vítimas — contou Matheus Fontanetti, analista de Segurança da keeggo, consultoria de tecnologia, explicando: — No golpe do visor adulterado, é instalada uma tela adulterada pelo criminoso, para passar um valor maior do que realmente é apresentado na tela da maquininha. No golpe do visor danificado ou escondido, é mostrado para a vítima uma maquininha com a tela quebrada, borrada ou coberta por algo, visando esconder o valor real que está sendo cobrado.

A Kasperksy acrescentou que o criminoso pode entregar a maquininha para o cliente digitar a senha do cartão com o cursor no campo do valor. Por isso, é preciso atenção. Assim, a senha fica visível, e o fraudador captura a máquina rapidamente, para fazer a aprovação de valores maiores.

Veja dicas para se proteger

Ainda de acordo com a Kaspersky, para se proteger deste tipo de golpe, a preferência deve ser por pagamentos por dinheiro, Pix ou cartão por aproximação, conferindo o valor digitado. Os dois primeiros meios de pagamento não serão aceitos pelos criminosos, já que impossibilitam o roubo de quantias maiores. Este é o primeiro sinal para desconfiar.

No segundo caso, se o visor não estiver adulterado, será debitada a quantia informada, e o criminoso não terá sua senha para realizar novos procedimentos. Ainda, a tecnologia de pagamento por aproximação costuma ser restrita a valores menores.

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O Nubank acrescentou que é preciso evitar que o cartão seja manuseado longe do portador, não fazer transações em máquinas com visor quebrado ou com defeito, e conferir os alertas via aplicativo de qualquer transação realizada com cartão, incluindo o estabelecimento e o valor. Esses alertas ajudam na identificação do golpe em tempo real, tornando mais ágeis o contato com a instituição e a tomada das medidas cabíveis. Outras orientações estão no blog do banco.

O analista de Segurança Matheus Fontanetti destacou ainda que habilitar as notificações de compra do seu cartão no app do banco, para que seja possível confirmar o valor cobrado, pode agilizar uma reação ao golpe e impedir o escalonamento. Se já caiu na cilada, aliás, a instrução do Nubank é avisar rapidamente à instituição financeira sobre a transação não reconhecida e bloquear o cartão de crédito, o que pode ser feito até por aplicativo. Também é necessário fazer um boletim de ocorrência.