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Ação no Metrô contra desaparecimento de crianças orienta possíveis prevenções

Nesta quarta-feira, durante a “Semana de Mobilização Nacional de Busca e Defesa da Criança Desaparecida”, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e a Defensoria Pública estadual, em parceria com o Metrô Rio, promoveram uma ação de alerta sobre a importância de prevenir novos casos e reforçar a necessidade da comunicação ágil com autoridades competentes em casos de desaparecimento. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram 5.815 pessoas desaparecidas no estado no último ano.

A iniciativa na estação Carioca do metrô, no Centro do Rio, foi distribuir materiais informativos das redes de atendimento em caso de pessoas desaparecidas na manhã desta quarta. O atendimento presencial em eventuais casos é realizado pela Defensoria Pública, pela Superintendência de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e Acesso à Documentação Básica e pela Fundação para a Infância e Adolescência (FIA).

Fernanda Lessa, presidente da FIA-RJ, destaca que o objetivo do programa “é diminuir o número de casos ao ponto de atuar prioritariamente em ações de prevenção”:

— É uma ação importante porque aumenta a mobilização da sociedade para a localização de crianças e adolescentes desaparecidos.

Além disso, o evento contou com equipe técnica e representantes das entidades que disponibilizaram cartilhas informativas de conscientização a respeito da data e de pulseiras de identificação para crianças.

Maria da Conceição Ramires da Costa, mãe de Carlinhos, menino sequestrado em 1973, até hoje não perde a esperança de encontrar o filho.

— Eu não pretendo fazer nada contra a pessoa envolvida, meu objetivo é saber o que aconteceu com o meu filho. Vivo ou morto, eu tenho que saber. Preciso saber o que aconteceu — afirmou a mãe que é acompanhada pela Fia desde desde 1997 — o que interessa é ele de volta, quero apenas ele e eu saiba onde ele estar — completou nas redes da FIA.

Segundo dados do ISP, 23,9% dos desaparecidos em 2022 (no total de 5.255) eram crianças e adolescentes na faixa de 0 a 17 anos. Destes, 71% são pretas ou pardas. Para o defensor Rodrigo Azambuja, os números indicam “o racismo estrutural vivido em nossa sociedade”:

— Isso reforça e escancara o racismo que existe na sociedade e faz com que meninos e meninas negras estejam mais vulneráveis a violações de direitos — alerta o defensor.

Redes públicas de enfrentamento

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos afirma que, por meio de programas e equipamentos de atendimento ao público, como o Núcleo de Atendimento a Familiares de Desaparecidos e Documentação (NAFADD), estão disponíveis para o enfrentamento ao desaparecimento.

— Estamos trabalhando para que as famílias tenham todo o suporte do Estado em casos de desaparecimento. Sabemos da angústia de ficar esperando o ente querido voltar — destacou Jovita, superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e Acesso à Documentação Básica da SEDSODH. Lembrando também “da importância de que as famílias mantenham os documentos de suas crianças em mãos, sem isso é mais difícil localizá-las em casos de desaparecimento”.

De acordo com a Secretaria, um projeto da equipe de Superintendência de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e Acesso à Documentação Básica, começou nesta terça, na Escola Municipal Dilermando Cruz, em Bonsucesso, levando a temática do desaparecimento para a escola. A proposta é alertar crianças e adolescentes sobre as possíveis situações de risco e quais cuidados a serem tomados no dia a dia — o projeto se estenderá a outras instituições.

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