A justiça francesa examinará nesta quinta-feira um pedido incomum de uma associação que exige a restituição da Mona Lisa, a obra-prima do artista italiano Leonardo da Vinci, exibida no Museu do Louvre em Paris.
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O Conselho de Estado, o mais alto tribunal administrativo francês, recebeu uma petição da International Restitutions, uma associação misteriosa da qual não se sabe onde está sediada nem quem são seus dirigentes, para “declarar inexistente” a decisão do rei Francisco I de “apropriar-se” da Mona Lisa, também conhecida como La Gioconda.
A associação, que afirma agir “em nome dos descendentes dos herdeiros do pintor”, espera que a obra-prima do Renascimento, que no passado tem sido motivo de atrito entre França e Itália, seja “removida” do inventário do Museu do Louvre.
No entanto, é pouco provável que o Conselho de Estado decida a favor da International Restitutions. Petições semelhantes da associação, para obras menos emblemáticas que a Mona Lisa, nunca progrediram.
Em uma decisão de 2022, o tribunal determinou que a associação não tinha “legitimidade para intentar uma ação” e que “apenas pessoas que se considerem legítimas proprietárias e que tenham interesse, se for o caso, na restituição desses bens” poderiam apresentar uma ação.
Após cair em desgraça perante os Médici, uma poderosa e influente família do Renascimento em Florença, Leonardo da Vinci (1452-1519) colocou-se, em 1516, sob a proteção de Francisco I (rei da França de 1515 a 1547).
Ao deixar a Itália, ele levou consigo várias de suas obras, incluindo o retrato da esposa do comerciante de tecidos florentino Francesco del Giocondo, feito entre 1503 e 1506.
Ele ofereceu suas obras ao soberano francês, que em troca lhe pagou uma generosa pensão.
Essas obras entraram nas coleções reais e nunca mais saíram da França.
A Mona Lisa está exposta no Louvre desde 1797… e provavelmente permanecerá lá por muito tempo.