O cantor Belo prestou uma homenagem a Anderson Leonardo, vocalista e cavaquinista do Molejo, que morreu nesta sexta-feira (26) aos 51 anos, vítima de um câncer inguinal raro, na região da virilha. Em uma publicação no Instagram, o pagodeiro lamentou a morte do músico e disse que ainda esperava por uma recuperação dele para tê-lo no palco durante um show de comemoração pelos 30 anos do Soweto.
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Veja vídeo: um dos últimos shows do vocalista do Molejo, que morreu aos 51 anos
Tanto o Molejo quanto o Soweto são ícones do pagode nos anos 1990. “Papai do céu prega peças em nós, que de fato jamais estaremos preparados. O Soweto fazendo 30 anos e eu esperando ter você no nosso palco”, disse Belo em uma publicação poucas horas depois do comunicado sobre a morte de Anderson.
Ele ainda afirma que o vocalista do Molejo foi pessoa de grande importância para fazer o Soweto, do qual faz parte, ser conhecido na cidade do Rio, algo conhecido por poucas pessoas. “O Rio de Janeiro foi apresentado ao nosso grupo pelo Molejo, poucos sabem disso, e você meu irmão, Anderson Leonardo, fez de tudo para que nos sentíssemos em casa. Agora a casa que mais se alegra é o Céu”, escreveu.
Na postagem, Belo ainda agradece o sambista “pela dedicação e compromisso com a música popular brasileira”.
Anderson Leonardo descobriu câncer inguinal em 2022
O câncer do sambista foi descoberto em outubro de 2022. Dois meses depois, ele chegou a anunciar que estava curado. No entanto, em maio de 2023, contou ter tido que retomar o tratamento. “Eu estava sentindo uma coisa muito pequena e falava: ‘não deve ser nada, deve ser uma gordurinha’. Daí foi crescendo. Eu e minha namorada procuramos o urologista”, disse em entrevista ao podcast Rocinha Cast. Anderson Leonardo deixa quatro filhos: Leozinho Bradock, Alissa, Rafael Phelipe e Alice.
Quem foi Anderson Leonardo?
Filho do produtor Bira Haway (que, como técnico de som do Estúdio Haway, na região da Central do Brasil, gravou nos anos 1970 discos de Jamelão, Elza Soares, Fagner, Alcione, Fafá de Belém, Novos Baianos e Belchior, além de LPs de escolas de samba), Anderson nasceu e foi criado no bairro da Abolição, na Zona Norte do Rio, onde viveu cercado pelo samba.
Um de seus melhores amigos de infância era Andrezinho, filho do ex-diretor de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, Mestre André, o inventor das paradinhas. Os dois meninos fizeram shows folclóricos no exterior, nos quais tocavam músicas de capoeira e executavam acrobacias com o pandeiro.