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Trump ameaça ação militar contra Hamas por violações em Gaza após cessar-fogo

Faixa de Gaza Palestina
Faixa de gaza - Anas-Mohammed / Shutterstock.com

Trump emitiu uma declaração dura contra o Hamas nesta quinta-feira, 16 de outubro de 2025, após vídeos de execuções em Gaza circularem nas redes sociais. O presidente dos Estados Unidos escreveu em sua rede social que o grupo palestino viola o acordo de cessar-fogo ao continuar com atos de violência no território. A medida ocorre logo após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmar que os combates na Faixa de Gaza não se encerraram completamente, apesar da trégua assinada na semana passada.

A declaração de Trump surge em meio a preocupações com o cumprimento do pacto, que prevê a devolução de todos os reféns, vivos e mortos, capturados em 7 de outubro de 2023. Netanyahu reforçou, em cerimônia em Jerusalém, o compromisso de Israel em recuperar os restos mortais pendentes, ameaçando retaliações se o Hamas não avançar nas entregas. Autoridades israelenses relatam que apenas nove dos 28 corpos de reféns mortos foram recebidos até agora, com atrasos atribuídos pelo grupo a dificuldades logísticas nas ruínas do conflito.

O acordo de cessar-fogo, mediado pelos Estados Unidos com apoio de Egito, Catar e Turquia, estabelece etapas claras para o fim da guerra que durou dois anos e resultou em mais de 67 mil mortes em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde local. Trump não especificou se uma intervenção americana direta ocorreria, mas indicou que ações serão tomadas em coordenação com Israel para garantir o desarmamento do Hamas. Netanyahu, por sua vez, destacou que qualquer violação pagará um preço alto, mantendo forças israelenses em alerta.

Violações recentes em Gaza

Vídeos confirmados por verificadores independentes mostram homens armados executando indivíduos em um cruzamento central da Cidade de Gaza, violando os termos do cessar-fogo. O Hamas alega que as ações visam conter clãs rivais que desafiam seu controle no território pós-guerra. Autoridades israelenses classificam os incidentes como demonstrações de força do grupo, contrariando o compromisso de cessar hostilidades.

Trump reagiu diretamente aos registros, afirmando que tais atos não fazem parte do acordo e justificam respostas firmes. O presidente reiterou uma exigência anterior de desarmamento total do Hamas, sob pena de medidas violentas. Netanyahu ecoou o tom, declarando em evento memorial que Israel permanece vigilante contra ameaças persistentes.

Declaração de Netanyahu em Jerusalém

O primeiro-ministro israelense discursou no cemitério do Monte Herzl, marcando o segundo aniversário do ataque inicial do Hamas. Ele enfatizou a determinação em trazer de volta todos os reféns, incluindo os 19 corpos ainda não localizados. Netanyahu alertou que o combate não finalizou, com forças de defesa prontas para responder a qualquer escalada.

  • Determinação em recuperar reféns: Israel prioriza a devolução integral dos restos mortais, com mediação da Cruz Vermelha.
  • Alerta contra violações: Qualquer ato hostil resultará em retaliação imediata, conforme o premiê.
  • Coordenação internacional: Apoio dos EUA reforça a posição israelense nas negociações.

O evento reuniu líderes políticos e famílias de vítimas, reforçando a unidade nacional em torno da segurança. Netanyahu mencionou avanços na trégua, mas sublinhou riscos remanescentes de instabilidade em Gaza.

Atrasos na devolução de corpos

As Forças de Defesa de Israel anunciaram na quarta-feira, 15 de outubro, a recepção de mais dois corpos via Cruz Vermelha, elevando o total para nove dos 28 reféns mortos. Exames forenses identificaram Tamir Nimrodi, Uriel Baruch e Eitan Levi entre os entregues, mas um caixão continha restos não relacionados a reféns. O Hamas afirma ter acessado todos os corpos disponíveis, solicitando equipamentos especializados para extrair os demais das ruínas destruídas por bombardeios.

Autoridades israelenses contestam a justificativa, alegando que o grupo detém acesso a pelo menos 15 a 20 corpos adicionais. O ministro da Defesa, Israel Katz, emitiu comunicado exigindo cumprimento imediato do acordo, ameaçando coordenação com os EUA para retomar operações se necessário. A Cruz Vermelha relata desafios logísticos, com buscas em áreas colapsadas demandando equipes internacionais de resgate.

O atraso já impacta a segunda fase das negociações, adiada até resolução do impasse. Fontes diplomáticas indicam que mediadores do Egito e Turquia pressionam por aceleração, evitando colapso da trégua.

Resposta do Hamas às acusações

O braço armado do Hamas, Brigadas Ezzedine al-Qassam, divulgou nota afirmando cumprimento parcial das obrigações, com entregas de prisioneiros vivos e corpos acessíveis. O grupo destaca esforços em curso para os restantes, citando destruição extensa em Gaza como obstáculo principal. Porta-voz do Hamas negou intenções de violação, mas rejeitou demandas israelenses por desarmamento imediato.

Em vídeo recente, o Hamas prometeu conter anarquia interna, direcionando ações contra clãs armados rivais. Analistas observam que tais movimentos visam consolidar autoridade no território, em meio a vácuo de poder pós-cessar-fogo. O grupo insiste em participação na governança transitória de Gaza, contrariando propostas de comitê tecnocrático supervisionado pelos EUA.

Medidas israelenses de retaliação

Israel determinou o fechamento temporário da passagem de Rafah, limitando entrada de ajuda humanitária em Gaza até avanço nas devoluções. A decisão afeta suprimentos essenciais, com apenas veículos limitados autorizados desde segunda-feira. O governo israelense justifica a restrição como pressão para cumprimento integral do acordo, coordenada com aliados internacionais.

Netanyahu instruiu o gabinete de segurança a preparar planos alternativos, incluindo possível retomada de combates localizados. O ministro Katz reforçou que violações flagrantes ativarão respostas em conjunto com Washington. Em troca, Israel libertou 1.968 prisioneiros palestinos, incluindo condenados por atos de segurança, e devolveu corpos de 90 palestinos mantidos em sua posse.

A medida gerou críticas de organizações humanitárias, que alertam para agravamento da crise em Gaza, onde 67.938 mortes foram registradas desde outubro de 2023.

Contexto do acordo de cessar-fogo

O pacto, assinado na semana passada sob mediação americana, delineia 20 pontos para encerrar o conflito iniciado em 7 de outubro de 2023, com ataque do Hamas que matou 1.219 israelenses. A primeira fase foca na troca de reféns por prisioneiros e suspensão de hostilidades, com retirada gradual de tropas israelenses. Trump descreveu o plano como via para paz duradoura no Oriente Médio, excluindo papel governamental do Hamas em Gaza.

O documento prevê comitê de transição com palestinos e especialistas internacionais, sob conselho presidido pelos EUA. Israel aceitou linha inicial de recuo de 1,5 a 3,5 km nas fronteiras, condicionado à libertação em 72 horas. Apesar de otimismo inicial, impasses atuais testam a viabilidade, com Trump monitorando de perto via enviados como Jared Kushner.

Histórico de tréguas fracassadas, como a de janeiro de 2025, reforça ceticismo, mas avanços na libertação de 20 reféns vivos sinalizam potencial. O acordo também amplia ajuda humanitária, embora restrições recentes compliquem a implementação.

Posição americana no impasse

Trump intensificou retórica ao exigir devolução imediata dos corpos, classificando atrasos como quebra de confiança. Em postagem, o presidente destacou que violência pós-cessar-fogo, como execuções, invalida compromissos do Hamas. Assessores da Casa Branca minimizam risco de colapso total, atribuindo demoras a realidades no terreno destruído.

Fontes dos EUA indicam planejamento de equipe internacional, incluindo turcos, para auxiliar buscas em Gaza. Trump reiterou que desarmamento ocorre voluntariamente ou forçado, com Israel suspendendo ataques aéreos como gesto inicial. O presidente credita enfraquecimento iraniano, após strikes autorizados, por facilitar o pacto.

A abordagem americana equilibra pressão sobre o Hamas com suporte a Israel, visando transição estável em Gaza sem presença do grupo.

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