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‘É triste, mas eu não me desanimo’, diz pedreiro enganado por falso anúncio de emprego

Na madrugada desta sexta-feira, o pedreiro José Romildo Nascimento, de 55 anos, teve de fazer uma escolha: quem deveria ir à fila do emprego, ele ou a esposa? O dinheiro para os R$ 17 da passagem – emprestados de um conhecido – só dava para um. Coube a Romildo seguir a pé por 30 minutos até o centro de Rio Bonito, de onde tomou o ônibus para Niterói. Fonte Jornal Extra

Chegando lá, porém, a decepção: a informação sobre a fila de emprego era falsa. Romildo foi um entre as dezenas de desempregados que formaram uma fila enorme no Centro de Niterói, vítimas de boatos espalhados pelas redes sociais.

— Quando recebi o áudio pelo WhatsApp, fiquei muito feliz, acreditei que agora eu conseguiria voltar a trabalhar — lamenta o pedreiro, lembrando que saiu de casa às 5h, não sem antes se preparar, na véspera, para uma possível chance de emprego.

— Separei tudo direitinho. Guardei os documentos e escolhi a roupa para que eu não me atrasasse hoje de manhã — conta Romildo, que não reclama de ter sido enganado.

— É triste, mas eu não desanimo. Tenho fé de que ainda vou conseguir um emprego.

Além do áudio no WhatsApp, postagens no Facebook propagavam que haveria 1.500 vagas numa suposta nova sede do Sistema Nacional de Empregos (Sine-RJ) que seria inaugurada em Niterói.

Nascimento está desempregado há um ano e dois meses. Sua mulher, Conceição Abreu, tem 50 anos, é técnica de laboratório e está sem emprego há mais de dois anos.

O casal tem uma filha de 15 anos e um filho com necessidades especiais, de 30 anos. Fora todas as despesas básicas, como água, luz e alimentação, a família ainda gasta com remédios para o filho mais velho.

— Durante todo o período que trabalhei, sempre guardei um pouco do dinheiro. Com o desemprego, passamos a usar essa reserva pra manter o sustento da casa. Agora, essa poupança está acabando, e não sei como fazer para ter renda. Os bicos que consigo fazer são muito raros, e não pagam muito.

A situação de Nascimento, desempregado há mais de um ano, é a mesma de outros 1,8 milhão de brasileiros que estão à procura de vagas entre um e dois anos, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Pnad Contínua do IBGE. Outros 3,3 milhões de brasileiros procuram emprego há dois anos ou mais.

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