Agro

Pressão no mercado de trigo do Brasil deve seguir ao menos até setembro, diz Abitrigo

SÃO PAULO (Reuters) – A pressão que tem elevado os preços do trigo no Brasil deve permanecer pelo menos até a entrada da próxima safra do cereal, em meados de setembro, disse nesta sexta-feira a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

A situação é puxada especialmente pela forte alta nos valores do trigo nos mercados externos, em meio a problemas climáticos em locais como Austrália, Europa e Mar Negro, dificuldades logísticas na França, perda de produção na Rússia e expressiva demanda asiática.

“Este período turbulento se estenderá, no mínimo, até a entrada da próxima safra em meados de setembro, se tudo correr bem”, concluiu a entidade.

Principal fornecedora de trigo do Brasil (que é importador líquido da commodity), a Argentina foi favorecida por todo o contexto, que fez com que nos últimos dois meses a cotação do cereal no país saltasse 26%, para 240 dólares por tonelada (FOB), ampliando a pressão sobre o mercado brasileiro.

Localmente, a desvalorização do real frente ao dólar desde o início do ano e a quebra de safra de 33% no Paraná também contribuíram para o atual cenário, segundo a Abitrigo.

Ainda, segundo a entidade, grandes mercados internos já comercializaram toda a última safra, impactando na oferta local.

Recentemente, de acordo com a Abitrigo, os valores do cereal no Paraná avançaram 18%, para 1 mil reais por tonelada, enquanto os preços no Rio Grande do Sul saltaram 28%, para 700 reais por tonelada.

Tudo isso faz com que os moinhos encarem uma forte pressão de custos, que “inevitavelmente gerará um expressivo reajuste de preços das farinhas nas próximas semanas”.

(Por Gabriel Araujo)

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