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Sanders critica Biden por comércio e direitos gays às vésperas de novas disputas democratas

Por Tim Reid e Simon Lewis

(Reuters) – Bernie Sanders lançou um ataque duro contra Joe Biden nesta sexta-feira, criticando o rival democrata por seu histórico sobre comércio, aborto, direitos dos gays e previdência social, num momento em que os dois enfrentavam uma série de disputas cruciais, na próxima semana, pela indicação do partido para eleição presidencial dos Estados Unidos.

Sanders, até recentemente o líder na corrida para enfrentar o presidente Donald Trump em novembro, agora fica atrás em delegados e está desesperado para recuperar terreno após forte desempenho de Biden na Super Terça.

Em uma entrevista coletiva organizada às pressas em Phoenix, Sanders, senador por Vermont, cavou fundo no histórico de 40 anos de Biden. Ele criticou Biden por se opor aos direitos dos gays de servir nas Forças Armadas dos EUA e por votar contra o financiamento federal para abortos, posições que Biden desde então rejeitou.

“Eu estava lá no lado certo da história e meu amigo Joe Biden não estava”, disse Sanders.

Sanders repreendeu Biden por apoiar acordos comerciais que, segundo ele, foram “um desastre para Michigan” e acusou Biden de tentar no passado cortar recursos da previdência social, programa de pensão e para deficientes do governo.

Biden, que nega ter defendido cortes na previdência social, retrucou no Twitter nesta sexta-feira: “Seja verdadeiro, Bernie. A única pessoa que vai cortar a previdência social se for eleita é Donald Trump. Talvez você deva gastar seu tempo atacando-o.”

A troca de farpas reflete a crescente tensão entre os dois pré-candidatos à Casa Branca no que se tornou uma corrida de mão dupla desde que a senadora norte-americana Elizabeth Warren, de Massachusetts, e o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg encerraram suas candidaturas após as primárias de 3 de março.

Sanders disse que apoiará Biden se ele se tornar o candidato democrata, mas insistiu que apenas ele, e não Biden, poderia “estimular o povo americano” o suficiente para derrotar Trump.

Com a desistência de Warren, resta na disputa democrata apenas Tulsi Gabbard, uma congressista do Havaí com praticamente nenhuma chance de vencer.

A reviravolta de Biden na Super Terça ganhou forma quando o establishment do Partido Democrata se mobilizou para tentar frear Sanders, com o ex-prefeito de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, e a senadora norte-americana Amy Klobuchar, de Minnesota, deixando a disputa e apoiando Biden.

Uma grande vitória de Biden em Michigan, rico em delegados, na terça-feira, causaria outro grande golpe nas esperanças de Sanders de se tornar o candidato democrata. Cinco outros Estados vão realizar disputas na terça-feira, incluindo Idaho, Mississippi, Missouri, Dakota do Norte e Washington.

(Reportagem de Tim Reid, Simon Lewis e Trevor Hunnicutt)

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