Asia

Assessores de premiê do Japão pedem estímulo maciço contra coronavírus

Por Tetsushi Kajimoto e Daniel Leussink

TÓQUIO (Reuters) – Assessores do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, do setor privado exortaram o governo nesta terça-feira a implantar medidas para combater a epidemia de coronavírus, abrindo caminho para o líder adotar um estímulo econômico.

A recomendação, apresentada em uma reunião do principal órgão de aconselhamento econômico do governo, pediu medidas de política fiscal que possam sustentar a economia ao longo de 2020.

“A prioridade absoluta é criar uma sensação de segurança, protegendo os empregos, os lares e as pequenas e médias empresas. Para atingir este fim, deveríamos mobilizar todas as diretrizes políticas”, disseram os assessores em um comunicado.

Afirmaram ainda que a defasagem de produção, que mede a diferença entre a produção real e a potencial, pode aumentar para cerca de 20 trilhões de ienes no trimestre encerrado em março se a economia recuar na mesma extensão do trimestre anterior.

A recomendação vem depois de a coalizão governista ter pedido, mais cedo no mesmo dia, que o governo garanta um pacote de estímulo de ao menos 60 trilhões de ienes, com 20 trilhões para gastos diretos.

No sábado, Abe determinou ao seu gabinete que compile um pacote de medidas inédito – que inclui gastos fiscais, política monetária e medidas tributárias – para amparar a terceira maior economia do mundo.

Os assessore pediram ao governo que adote políticas macroeconômicas para se contrapor às pressões deflacionárias crescentes em todo o mundo e escapar de um círculo vicioso econômico, e também pediram ao Banco do Japão para trabalhar com o governo em uma política monetária adequada e flexível.

“Embora a perspectiva para o futuro continue incerta, as empresas estão restringindo o investimento e os consumidores estão contendo os gastos. Se tal situação se prolongar, voltaríamos à deflação”, disseram.

Tóquio registrou mais de 70 infecções novas de coronavírus nesta terça-feira, sua maior cifra em um único dia, e aumenta a pressão para que Abe ordene uma interdição. Segundo um ministro, a estratégia de contenção japonesa chegou ao limite.

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