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Porto de Itaqui vê embarques maiores de grãos apesar de “lockdown” no Maranhão

Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) – O porto de Itaqui, de onde mais de 10% da soja do Brasil foi exportada em 2019, não foi afetado pelas medidas de “lockdown” impostas nesta semana no Maranhão para combater o novo coronavírus, afirmou nesta quinta-feira o presidente do porto, Ted Lago.

A atividade portuária é isenta da ordem de bloqueio. Dessa forma, pessoas, serviços ferroviários e caminhões continuam a ter acesso normal, disse Lago, acrescentando que o volume de exportação de grãos deve aumentar graças à resiliência do setor agrícola no país.

Itaqui projeta um aumento de 16% nas exportações de grãos entre janeiro e maio, para 4,3 milhões de toneladas, principalmente de soja, impulsionada pela desvalorização do real frente ao dólar.

O porto também prevê um aumento de 65% nas importações de fertilizantes no período de janeiro a maio, para 986 mil toneladas, com os agricultores brasileiros antecipando as aquisições para a safra 2020/21, disse Lago.

“O porto manteve os seus melhores resultados mesmo diante de um cenário negro para a economia do Maranhão”, afirmou.

A capital maranhense, São Luís, onde o porto está localizado, tornou-se nesta semana a primeira grande cidade brasileira a implementar o “lockdown”.

Embora o “lockdown” tenha interrompido temporariamente as obras de expansão do porto, elas devem ser concluídas por volta de julho, aumentando a capacidade total de movimentação de grãos para 19 milhões de toneladas, segundo Lago.

Além dos grãos, Itaqui pode movimentar remessas de minerais, fertilizantes, combustível e celulose.

O aumento da demanda global por máscaras N95 em meio à pandemia de coronavírus foi acompanhado pelo crescimento das exportações de celulose via Itaqui, disse Lago, fazendo referência à matéria-prima utilizada na produção do equipamento.

Mais de 60 empresas operam em Itaqui, incluindo as multinacionais Glencore, Vale, Louis Dreyfus e Toyota Tsusho.

Itaqui é o porto de águas profundas do Brasil que está mais próximo do Canal do Panamá. Por muitos anos, dependeu dos grãos para dar impulso aos volumes embarcados.

Em 2019, o Brasil exportou 8,1 milhões de toneladas de soja e 3 milhões de toneladas de milho via Itaqui, segundo dados do porto.

Cerca de 60% dos grãos exportados por Itaqui chegam ao porto por meio de ferrovias, enquanto 40% chegam por rodovias, o que representa uma vantagem, dadas as condições precárias das estradas em grande parte do Brasil.

“Somos um porto de grãos. Vamos aumentar mais (volumes) com a expansão do terminal de grãos. Os números são muito bons, acima da previsão”, disse Lago.

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