Agro

China amplia importação de grãos no 1º semestre e pode bater cotas anuais

Por Hallie Gu e Tony Munroe

PEQUIM (Reuters) – A China acelerou as importações de grãos no primeiro semestre de 2020, e pode acabar utilizando pela primeira vez na história toda a sua cota anual para compras de milho e trigo no mercado externo, disseram operadores e analistas nesta semana.

O país asiático, principal mercado agrícola do mundo, importou 3,66 milhões de toneladas de milho entre janeiro e junho, o equivalente a 51% de sua cota anual de 7,2 milhões de toneladas, segundo dados alfandegários divulgados na quinta-feira.

Já as importações de trigo totalizaram 3,35 milhões de toneladas, ou 35% da cota de 9,64 milhões de toneladas.

No ano passado, a China utilizou apenas 67% da cota anual para aquisições de milho e um terço da cota para o trigo.

A disparada nas importações gerou mais expectativas de que a China possa utilizar totalmente as cotas para compras de ambos os cereais pela primeira vez, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto.

“O mercado está esperando que a China importe cerca de 10 milhões de toneladas de milho neste ano”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada devido à sensibilidade do assunto. “Principalmente para cumprir a fase 1 do acordo comercial com os Estados Unidos.”

A China ampliou as compras de produtos agrícolas norte-americanos nas últimas semanas, chegando a adquirir volumes recordes de milho, para entrega nos anos-safra de 2019/20 e 2020/21.

“Nem todo esse milho (dos EUA) será necessariamente embarcado em 2020, mas considerando os volumes, parece que a China pode atingir toda a cota tarifária para o milho”, disse Darin Friedrichs, analista sênior da StoneX.

Importadores chineses também têm se mantido ativos no mercado para compras de trigo dos EUA e Austrália recentemente, segundo dois operadores.

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