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EUA desistem de proibição ampla às importações de algodão e tomate de Xinjiang

Por David Lawder e Humeyra Pamuk

WASHINGTON (Reuters) – O governo dos Estados Unidos desistiu dos planos de proibir amplamente produtos de algodão e tomate provenientes da região chinesa de Xinjiang, embora tenha anunciado banimentos mais restritos a produtos de cinco entidades específicas.

O subsecretário interino do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS, na sigla em inglês), Kenneth Cuccinelli, disse que as novas “Ordens de Retenção” para algodão, tecidos, roupas, produtos para cabelo e peças de computador têm como objetivo combater o uso de trabalho forçado de muçulmanos uigures detidos em Xinjiang.

As medidas norte-americanas “violam as regras do comércio internacional e prejudicam as cadeias globais de indústria, oferta e valor”, afirmou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva em Pequim nesta terça-feira.

“A chamada questão do trabalho forçado é totalmente fabricada por algumas organizações e pessoas nos EUA e no Ocidente”, disse ele, acrescentando que a China vai tomar todas as medidas necessárias para proteger os direitos e interesses legítimos de suas empresas.

Cuccinelli disse a repórteres que o governo norte-americano está conduzindo mais análises legais sobre as proibições a importações da região.

Autoridades da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA disseram à Reuters na semana passada que prepararam proibições mais amplas às aquisições de algodão, tecidos e tomate, que estão entre as maiores exportações de commodities da China, além das ordens anunciadas na segunda-feira.

Duas pessoas familiarizadas com as deliberações internas do governo Donald Trump afirmaram, porém, que preocupações com os banimentos mais amplos e seus efeitos às cadeias de oferta foram manifestadas por algumas autoridades — que incluem o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, o secretário do Tesouro do país, Steven Mnuchin, e o secretário da Agricultura, Sonny Perdue.

O DHS disse que o bloqueio à entrada de produtos de Xinjiang nos EUA se aplica a todos os produtos fabricados com mão de obra do Centro de Educação e Treinamento de Habilidades Profissionais Nº 4 do Condado de Lop; aos produtos do Parque Industrial de Produtos Capilares do Condado de Lop; às roupas produzidas pela Yili Zhuowan Garment Manufacturing e pela Baoding LYSZD Trade and Business; ao algodão produzido e processado pela Xinjiang Junggar Cotton and Linen; e às peças de computadores fabricadas pela Hefei Bitland Information Technology.

(Reportagem de David Lawder e Humeyra Pamuk; reportagem adicional de David Brunnstrom, em Washington, e Gabriel Crossley, Dominique Patton e Redação Pequim)

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