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Criança Feliz tem nova fase de avaliação

Criança Feliz tem nova fase de avaliação

Criança Feliz tem nova fase de avaliação. Criança Feliz, do Ministério da Cidadania, é grande não só nos números de crianças, gestantes e famílias atendidas – mais de um milhão de pessoas já foram visitadas desde 2016, ano de criação do programa –, mas também na transformação que causa no desenvolvimento de todos os envolvidos. Em mais uma demonstração da prioridade com que o Governo Federal trata o tema, está sendo desenvolvida uma Avaliação de Impacto para observar e documentar os resultados, assim como aprimorar o atendimento. É a maior avaliação de um programa voltado para a primeira infância no mundo. Seis estados com grande clientela de atendimentos (Bahia, Ceará, Pernambuco, Goiás, São Paulo e Pará) foram definidos por sorteio para participar da amostra, num total de 30 municípios e 2.880 crianças acompanhadas anualmente.

A primeira fase da avaliação ocorreu nos anos subsequentes à criação do Criança Feliz, em 2016, com o objetivo de ser uma linha de base de dados para as conclusões. A segunda etapa está em andamento desde novembro de 2019. As equipes estaduais avaliam a intensidade e a qualidade da implementação, com uma abordagem qualitativa e quantitativa. A metodologia escolhida é a de Ensaios Clínicos Aleatórios e tem como fundamento questionário baseado em estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). https://www.youtube.com/embed/3HTGuwu5jGE

A gente estimula o cognitivo, a linguagem. Primeiro, a acolhida, para ver qual a necessidade da família e da criança, depois, um plano de visita e um plano de ação. É lindo, excelente, muda a visão que a gente tem, que a família tem. Sou apaixonada pelo programa”

Mariana Rodrigues Farias, visitadora no Novo Gama (GO)

Uma vez formados os grupos de tratamento e de controle, as crianças podem ser acompanhadas por vários anos. Respeitando a confidencialidade de dados pessoais, a equipe de pesquisa também monitora as crianças e seus familiares por meio de bases administrativas, como o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), informações escolares e dados de acompanhamento antropométrico ou ambulatoriais do Ministério da Saúde. Da mesma forma, é possível recuperar o histórico das crianças ao integrar os dados da avaliação aos do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc).

Foram distribuídos três questionários às mães ou cuidadores, além de um teste de inteligência para um subgrupo de amostra, formado por 10% das mães. O estudo é restrito a crianças elegíveis para o Criança Feliz que são menores de um ano de idade. Quesitos que são avaliados: moradia da criança, gestação e parto da mãe, desenvolvimento da criança, cuidado e estimulação no aprendizado, disciplina, alimentação, imunização, hospitalização, características ambientais e socioeconômicas.

Acompanhamento remoto

Mesmo com o cenário de pandemia do novo coronavírus, o acompanhamento das famílias não parou. Miris Pinto Vitor é supervisora do Criança Feliz em Águas Lindas (GO), um dos municípios do estado que participam da Avaliação de Impacto. Ela lidera desde dezembro de 2019 uma equipe de 14 visitadores, que acompanham 311 crianças da região. “O acompanhamento está sendo remoto, via WhatsApp, por ligação. Aquelas famílias que não têm contato telefônico nem acesso à internet recebem o visitador na residência. Ele deixa uma sugestão de atividade para a família não ficar fora do programa. O Criança Feliz é apaixonante. Você lida com a transformação dos familiares, você vê a evolução na interação, no desenvolvimento da criança. É um programa que realmente faz a diferença na família.”

Criança Feliz
Criança Feliz

Tamires da Silva Aquino inscreveu a filha Isabel no programa depois que o marido, funcionário de uma cooperativa de reciclagem em Águas Lindas (GO), soube dos benefícios do Criança Feliz. “Já tem dois meses que ela participa. Está a cada dia mais esperta, aprendendo as brincadeiras para desenvolver a coordenação motora. Procurei umas tampinhas para inventar algum tipo de brincadeira com ela. Às vezes você não precisa comprar coisas, pego um pote de creme de cabelo, uma lata de manteiga e a gente vai brincando”, comenta a mãe.

É um investimento que o Governo Federal faz na primeira infância, acreditando que é a melhor forma de romper o ciclo da pobreza. É uma janela de oportunidade e poderemos colher uma geração mais saudável, com todo o seu potencial de aprendizagem, de socialização e de produtividade”

Luciana Siqueira, secretária nacional de Atenção à Primeira Infância

Mariana Rodrigues Farias é visitadora há dois anos e meio no Novo Gama, município de Goiás que também faz parte da pesquisa: “A gente vem com o intuito de ajudar a família a desenvolver um vínculo familiar e um crescimento da criança a longo prazo. Então a gente estimula o cognitivo, a linguagem. Primeiro, a acolhida, para ver qual a necessidade da família e da criança, depois, um plano de visita e um plano de ação”. Ela conta que o Criança Feliz não ajuda somente as famílias atendidas: “Como pessoa, eu mudei muito. É lindo, excelente, muda a visão que a gente tem, que a família tem. Leva mais amor, esperança e futuro. Sou extremamente apaixonada pelo programa”.

Janela de oportunidade

A secretária nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira, visitou nesta semana os três municípios de Goiás que estão participando da avaliação – Águas Lindas, Novo Gama e Luziânia – e acompanhou uma visita em cada localidade. Ela reafirmou a importância da iniciativa: “O Criança Feliz é o maior programa de visita domiciliar do mundo. É um investimento que o Governo Federal faz na primeira infância, acreditando que é a melhor forma de romper o ciclo da pobreza. Acreditamos que é uma janela de oportunidade e que poderemos colher uma geração mais saudável, com todo o seu potencial de aprendizagem, de socialização e de produtividade”.

O Criança feliz está presente em 2.934 municípios brasileiros, com 1.064.995 pessoas atendidas desde 2016. São 856.134 famílias, 870.821 crianças e 194.174 gestantes visitadas. Coordenado pela Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania, tem como público prioritário gestantes e crianças de zero a três anos, ou de até seis anos de idade quando beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O trabalho consiste no acompanhamento da gestação e dos primeiros anos de vida da criança, com orientações aos cuidadores sobre a importância de atividades que estimulem o desenvolvimento de habilidades cognitivas, linguísticas, motoras e socioemocionais.

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