Economia

Energisa prevê investir quase 45% mais após cortes por Covid em 2020

A Energisa, que controla distribuidoras de energia e tem negócios em transmissão e geração renovável, prevê ampliar investimentos em 2021 em quase 45%, para 3,9 bilhões de reais, disse nesta sexta-feira o diretor financeiro da companhia, Maurício Botelho.

A projeção vem após aportes de 2,7 bilhões de reais em 2020, cerca de 7% abaixo dos pouco mais de 2,9 bilhões estimados antes para o ano. No balanço do quarto trimestre, a Energisa disse que postergou desembolsos não essenciais para preservar caixa diante das incertezas geradas com a pandemia.

A companhia agora prevê destinar 834 milhões de reais para projetos de transmissão em andamento, com expectativa de concluir as obras de 12 a 18 meses antes dos prazos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), disse o CFO, em teleconferência sobre resultados de 2020.

O executivo disse que a empresa prevê ainda 205 milhões para negócios da controlada Alsol, que atua com sistemas solares de menor porte, conhecidos como geração distribuída.

A Alsol deve construir em 2021 mais 15 projetos solares, com 76 megawatts-pico em capacidade. A produção dos empreendimentos será comercializada por meio de um sistema de aluguel de cotas.

O restante dos aportes previstos vai para distribuidoras do grupo, com 747 milhões de reais para a unidade em Rondônia e 575 milhões para Mato Grosso.

O presidente da Energisa, Ricardo Botelho, destacou que a empresa viu uma “recuperação de mercado ´em V´ nas áreas atendidas por suas 11 distribuidoras”.

O consumo consolidado de energia elétrica nos mercados cativo e livre atendido pelas empresas do grupo cresceu 5,2% no último trimestre. Esse foi o maior ritmo dos últimos três anos, segundo o CEO.

“A classe rural teve a maior alta desde o quarto trimestre de 2007”, acrescentou ele, ao destacar impactos da produção de soja no Mato Grosso, por exemplo.

Por outro lado, a crise econômica gerada pela Covid-19 fez a companhia fechar o ano com queda de 0,3% na arrecadação mensal.

Segundo o presidente da empresa, a maior parte desse impacto (0,25%) deve-se a restrições estabelecidas pela Aneel para o corte do fornecimento de clientes mesmo em caso de inadimplência durante a pandemia.

A agência definiu que distribuidoras não poderiam fazer cortes de nenhum cliente residencial até agosto, enquanto vetos para consumidores de baixa renda vigoraram até o final do ano.

DIVERSIFICAÇÃO

A Energisa pretende avançar nos próximos anos com uma diversificação de seus negócios, com o objetivo de crescer em serviços e investir em novas linhas de negócio como a geração solar distribuída, com a Alsol, disse o CEO.

Um passo importante desse movimento veio com a criação recente pela empresa da fintech “Voltz”, que prevê ofertar produtos financeiros a clientes das distribuidoras do grupo.

“Temos anunciado para o mercado que vamos diversificar nossa estratégia para a oferta de novos produtos e serviços ligados ao tema energético”, disse Botelho.

Ele afirmou que, nesse sentido, a Alsol tem estudado diversas novas linhas de negócios, incluindo “mobilidade solar”, mas não entrou em detalhes.

“Parte da estratégia de se posicionar como uma plataforma de ecossistemas se baseia na presença local, na nossa grande capilaridade– 20 milhões de pessoas que atingimos, 8 milhões de unidades consumidoras espalhadas aí Brasil afora”, acrescentou.

Em novembro passado, a Energisa disse que a Voltz poderia oferecer soluções como pagamentos de contas, crédito, antecipação de recebíveis e educação financeira, entre outras.

(Por Luciano Costa)

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