Economia

Safira Energia diversifica com unidade de geração solar distribuída

O grupo Safira Energia, que atua com consultoria e tem operações de comercialização de eletricidade, anunciou a criação de uma nova unidade, voltada a negócios de geração solar distribuída, nicho que tem crescido rapidamente no Brasil nos últimos anos.

Apenas em 2020, as instalações de geração distribuída, que geralmente envolvem placas solares em telhados ou terrenos para atendimento direto à demanda de consumidores ou empresas, somaram cerca de 2,3 gigawatts (GW) em capacidade adicional proveniente da fonte solar.

Esse número representou o maior avanço entre todas as formas de geração no Brasil –termelétricas a combustíveis fósseis, por exemplo, tiveram 1,9 GW em nova capacidade instalada no ano passado, enquanto usinas eólicas avançaram em 1,7 GW.

A Safira disse que nova unidade vai investir inicialmente 30 milhões de reais em sistemas solares em Minas Gerais. Esses empreendimentos terão a produção de energia comercializada por meio de um aplicativo, para consumidores residenciais e comerciais da região.

“A previsão da Safira Solar é construir mais 15 fazendas solares com 50 MW de potência instalada no total, e atender mais de 80 mil unidades consumidoras nos próximos anos”, afirmou a empresa, que tem planos de expandir esse modelo de negócios para outros Estados.

O modelo de negócio prevê que os consumidores que adquirem energia desses projetos solares poderão obter descontos de até 10% em relação ao que gastam tradicionalmente na conta de luz.

A Safira disse que já tem uma usina solar de cinco megawatts em operação em Montes Claros (MG) cuja produção tem sido vendida para mais de 7,5 mil unidades consumidoras comerciais e residenciais na região.

A empresa fechou 2020 com faturamento de 1 bilhão de reais.

SETOR EM ALTA

A aposta da Safira em um aplicativo de energia solar vem em momento aquecido do segmento de geração solar distribuída, que tem atraído diversos novos investidores.

Essa expansão acelerada foi favorecida por regras de incentivo ao segmento aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2015.

O regulador, no entanto, sinalizou em 2019 que pretendia rever o apoio à tecnologia, sob o argumento de que subsídios hoje concedidos às instalações de geração distribuída acabam por onerar outros consumidores, que não instalam placas solares.

O movimento para possível mudança gerou reação de políticos, inclusive do presidente Jair Bolsonaro, com ameaças de que qualquer regulamentação aprovada pela Aneel seria revogada pelo Congresso.

Depois disso, parlamentares começaram a discutir no ano passado proposta de um novo marco legal para a geração distribuída, que tem sido vista como mais favorável ao setor do que as alternativas em avaliação na Aneel, embora críticos da medida digam que ela resultará em custos com subsídios.

O projeto com as novas regras, relatado pelo deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG), tem expectativa de ser deliberado em breve na Câmara dos Deputados.

(Por Luciano Costa)

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