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Mulheres brilham em eleição de Constituinte no Chile

As mulheres chilenas demonstraram tanta força nas eleições para escolher os membros da nova constituinte do país que ajustes precisaram ser feitos para garantir que a composição do grupo estivesse igualmente distribuída entre os gêneros, anunciou o órgão eleitoral Servel nesta segunda-feira.

Um total de cinco vagas foi remanejado e concedido a candidatas femininas que receberam menos votos que seus equivalentes do sexo masculino em alguns distritos para garantir uma divisão de gênero meio a meio, enquanto sete vagas foram concedidas a homens menos votados.

A ideia de garantir a igualdade de gênero na composição do grupo que irá elaborar a nova constituição foi inicialmente descartada por partidos de direita, mas acabou aprovada pelo Congresso – o que, segundo ativistas, é algo inédito no mundo.

Analistas celebraram o protagonismo das mulheres em um país historicamente conservador, enquanto outros lamentaram a imposição de um teto para o número máximo de candidatas do sexo feminino na formação da Constituinte.

Alondra Carrillo Vidal, de 29 anos, psicóloga que atuou como porta-voz para o movimento de mulheres 8M, que impulsionou alguns dos maiores movimentos contra o governo de centro-direita do país nos últimos anos, foi escolhida para representar os subúrbios do sul de Santiago, de população majoritariamente da classe trabalhadora. Ela levantou preocupações sobre o teto de 50% para mulheres, sugerindo que ele seria excedido se não houvesse a limitação.

“O que esse resultado mostra é que o nosso poder transborda todas as fronteiras que tentam contê-lo, e o que foi apresentado como um mínimo democrático, foi na verdade uma maneira de manter a presença dos homens em espaços representativos”, disse.

Um total de 699 mulheres concorreram a vagas na Constituinte, e 674 homens. O órgão eleitoral disse que 77 mulheres e 78 homens garantiram vagas.

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