Agro

Área de milho no RS deve crescer 5% em 21/22 com disparada de preços, diz FecoAgro

Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) -A área de milho 2021/22 do Rio Grande do Sul, cujo plantio já começou, deve crescer cerca de 5% comparada à temporada anterior, para até 924 mil hectares, com impulso de uma disparada nos preços do cereal, estimou nesta terça-feira a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado(FecoAgro/RS).

Para a soja, está estimada uma ligeira elevação de 2% na área, a 6,2 milhões de hectares, afirmou o presidente da entidade, Paulo Pires, em avaliação preliminar por videoconferência.

Com base nas cotações da primeira semana de agosto, a FecoAgro calcula que o valor do milho saltou em torno de 90% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a soja marcou avanço de 31% nos preços.

“Ainda não temos um estudo técnico claro… mas se formos falar em projeção, seriam 5% (de área) para o milho, o que é uma boa notícia para o pessoal da proteína animal que está precisando de ração”, disse ele, citando forte demanda da indústria de carnes pelo cereal.

Os preços do milho também foram influenciados por uma quebra na segunda safra 2020/21 do Brasil, após problemas com seca e geadas em alguns dos principais Estados produtores, como Paraná e Mato Grosso do Sul.

Neste contexto, Pires disse que o cenário é muito favorável ao milho e está atraindo produtores de regiões gaúchas que não o cultivavam na safra de verão em anos anteriores, o que contribui para o incremento de área.

“Praticamente todos os produtores que têm irrigação estão optando por plantar milho”, acrescentou.

Ele alertou, porém, que boa parte do Estado sofreu com falta de chuvas que limitavam o potencial produtivo do cereal. Somente na última semana o clima se estabilizou e o plantio pode avançar melhor, comentou.

CUSTOS

Em seu segundo levantamento sobre custos de produção para a safra 2021/22, a federação estima que o produtor de milho terá uma alta de 52,01% nas despesas em relação à safra passada.

Com isso o custo operacional para o cultivo do cereal ficou em 5.456,49 reais por hectare, aumento de 1.884,04 reais por hectare.

“Apesar da inflação dos custos, a relação de troca (para o milho), neste mês de agosto de 2021, está mais favorável em relação às últimas quatro safras, desde a temporada 2016/2017.”

Para que o produtor possa cobrir o custo, ele terá que produzir 60,7 sacas de milho por hectare ao preço de 89,90 reais por saca, queda de 21,58% –ou 16,69 sacas a menos que na temporada anterior.

O estudo considera tecnologia alta para o milho e a produtividade de 160 sacas por hectare.

Em relação a soja, a federação estima que os produtores terão alta de custo total de produção de 48,45% e no desembolso aumento de 53,46%.

Com isso vai precisar colher 24,06 sacas de soja por hectare para cobrir os gastos operacionais da oleaginosa, 17,56% a mais para pagar a conta quando comparado ao cenário do ciclo anterior. Assim, os produtores devem ter despesa de 3.657,80 reais por hectare.

“Os significativos aumentos de custos são reflexos da elevação dos preços principalmente dos fertilizantes, máquinas e equipamentos agrícolas, combustível e demais insumos relacionados a produção, que em alguns casos superaram a 100% os preços para quem deixou para comprar os insumos na boca do plantio, além da falta de alguns insumos no mercado que elevaram as cotações”, disse o economista da FecoAgro/RS, Tarcísio Minetto.

(Por Nayara Figueiredo; edição de Marta Nogueira)

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