Economia

Ibovespa cai após Copom e com cautela no exterior

O Ibovespa caía nesta quinta-feira e interrompia sequência de altas em reação a tom mais duro adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou em 1,5 ponto percentual a Selic na véspera e indicou novo ajuste de mesma magnitude na próxima reunião.

Soma-se a isso uma sessão de mais cautela no exterior, com abertura em queda dos principais índices nos EUA, assim como bolsas, em geral, na Europa, e o petróleo.

Às 11h32, o Ibovespa caía 1,2%, a 106.759,55 pontos, após cinco sessões consecutivas de alta. O volume financeiro era de 5,3 bilhões de reais.

A alta de 1,5 ponto percentual na Selic pelo Copom veio conforme indicado pelo colegiado em outubro e em linha com a expectativa geral do mercado, mas o tom do comunicado foi considerado “duro” por analistas.

O Copom disse que, “diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista”. Além disso, o comitê afirmou que “irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

O Copom indicou uma nova alta de 1,5 ponto percentual na Selic na primeira reunião de 2022, em fevereiro, embora o comitê mantenha a ressalva de que os passos futuros poderão ser ajustados.

Com tom mais duro sobre inflação e mais uma alta de 1,5 pp contratada, ações mais sensíveis à taxa de juros, como de empresas varejistas e do setor imobiliário, mostravam queda.

Nos EUA, a sessão também é negativa, após alívio com a Ômicron nos últimos dias. O mercado digere dado de pedidos de auxílio-desemprego abaixo da estimativa, enquanto aguarda divulgação de indicador-chave de inflação na sexta-feira. Informações sobre o mercado de trabalho e sobre a alta nos preços vêm sendo avaliadas pelos investidores devido a sua importância na decisão do Federal Reserve (Fed) de acelerar a retirada de estímulos.

O chair do Fed, Jerome Powell, já afirmou que o banco central deve discutir em dezembro se encerrará suas compras mensais de bônus de 120 bilhões de dólares alguns meses antes do previsto. A reunião ocorre na semana que vem. Um aumento de juros naquele país é esperado para o terceiro trimestre do ano que vem, segundo pesquisa Reuters com economistas.

O Nubank estreia nesta quinta-feira em Wall Street, depois de fixar suas ações classe A a 9 dólares cada, tornando-se o banco listado mais valioso da América Latina, com 41,5 bilhões de dólares, à frente do Itaú Unibanco.

DESTAQUES

– MAGAZINE LUIZA ON estendia o tombo de mais de 10% da véspera e apontava queda de 5%, após tom mais duro do Copom sobre a taxa de juros. LOJAS AMERICANAS PN cedia 4,8%, AMERICANAS ON tinha queda de 4,5% e VIA ON recuava 2,6%. Setor de shoppings também pesava, com BR MALLS ON marcando -2%.

– BRASKEM PN estende queda da véspera e caía 6,3%, em meio informações sobre a venda de participação por seus controladores. A Petrobras reiterou nesta manhã que ainda não tomou decisão sobre a forma como venderá sua fatia na petroquímica. Na véspera, à tarde, o Broadcast disse que Morgan Stanley e JPMorgan foram contratados para o sindicato de bancos que vai conduzir oferta de ações da Braskem por Petrobras e Novonor.

– MRV ON cedia 2,4%, EZTEC ON caía 1,7% e CYRELA ON recuava 1,6%, em sessão negativa para o setor imobiliário, outro que tem forte relação com a taxa de juros. DIRECIONAL ON, que não está no Ibovespa, chegou abrir em forte alta, após anúncio de parceria com a XP em startup, mas devolveu ganhos e tinha oscilação positiva 0,2%.

– VALE ON caía 1,2%, na esteira de queda dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia. Siderúrgicas também cediam, com destaque para USIMINAS PN, que recuava 3%.

– MÉLIUZ subia 5,6% e BANCO INTER PN avançava 0,6%.

– EQUATORIAL ON era um dos destaques positivos do índice e subia 1,9%. Na véspera, empresa divulgou data de pagamento de dividendos já anunciados.

– LOCALIZA ON e UNIDAS ON caíam 1,3% e 1%, respectivamente, após análise da fusão das companhias pelo tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ser marcada para o dia 15 de dezembro, segundo o Diário Oficial da União.

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