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Autores britânicos de modelos pandêmicos veem possibilidade de grandes ondas de Covid no futuro

Há uma possibilidade realista de grandes ondas de infecção pela Covid-19 no futuro no Reino Unido e tais ondas podem até ser consideradas prováveis, disseram epidemiologistas autores de modelos pandêmicos para a Covid-19 em um informativo de aconselhamento ao governo britânico.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, abandonou as restrições legais na Inglaterra, dizendo que, embora a pandemia não tenha terminado, o Reino Unido precisa aprender a conviver com o coronavírus.

O Grupo Científico Pandêmico de Influenza sobre Modelagem, Subgrupo Operacional (SPI-M-O) disse que o surgimento de novas variantes virais foi o maior fator desconhecido a médio e longo prazo, juntamente com a diminuição da imunidade da população e mudanças nos padrões de mistura.

“Grandes ondas futuras de infecção que precisam de gerenciamento ativo para evitar pressões prejudiciais sobre o setor de saúde e cuidados são, pelo menos, uma possibilidade realista (alta confiança) ou provável (confiança média)”, disse o SPI-M-O em uma declaração de consenso publicada nesta sexta-feira.

O Reino Unido relatou 157.730 mortes por causa da Covid-19, o sétimo maior total mundial, e Johnson enfrentou fortes críticas por seu tratamento da pandemia, que incluiu a decretação de três lockdowns nacionais.

A variante Ômicron do coronavírus alimentou um pico de infecções a novos máximos no final do ano passado, levando Johnson a reintroduzir algumas medidas restritivas, mas as mortes não aumentaram no mesmo ritmo.

Ele agora reabriu completamente a economia, citando o programa de doses de vacina de reforço do país, a disponibilidade de antivirais e a menor gravidade da variante Ômicron, como responsáveis por quebrar a correlação entre infecções e mortes.

A Inglaterra voltou ao Plano A na semana passada, e o presidente da SPI-M-O disse à Reuters que, embora a cada ano a situação da Covid deva melhorar, pode haver momentos em que o governo tenha que retroceder e introduzir medidas.

“Os próximos anos serão altamente incertos, e os futuros surtos e ondas provavelmente serão barulhentos à medida que as coisas assentarem”, disse a declaração da SPI-M-O.

“Um padrão estável e previsível… pode estar a muitos anos de distância”, avaliaram.

(Reportagem de Alistair Smout)

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