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Rússia diz que continuará negociando e Ucrânia sugere possíveis concessões

Por Darya Korsunskaya e Natalia Zinets

MOSCOU/KIEV (Reuters) – A Rússia sugeriu na segunda-feira que está pronta para continuar negociando com o Ocidente para tentar desarmar uma crise de segurança durante a qual acumulou um grande número de forças militares na fronteira com a Ucrânia, enquanto uma autoridade ucraniana disse que Kiev está preparada para fazer concessões.

Em uma conversa televisionada, o presidente russo, Vladimir Putin, apareceu perguntando a seu ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, se havia uma chance de acordo para abordar as preocupações de segurança da Rússia, ou se ele estaria sendo apenas arrastado para tortuosas negociações.

Lavrov respondeu: “Nós já avisamos mais de uma vez que não vamos permitir negociações intermináveis sobre questões que precisam de solução hoje”.

Mas acrescentou: “Parece para mim que nossas possibilidades estão longe de serem exauridas… Nesse momento, eu sugeriria continuar”.

Os Estados Unidos dizem que a Rússia pode invadir a Ucrânia “a qualquer dia agora”, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, classificou a situação nesta segunda-feira como “muito, muito perigosa”.

A Rússia posicionou mais de 100 mil tropas próximas às fronteiras com a Ucrânia, mas negou ter planos para invadir, acusando o Ocidente, que enviou uma série de autoridades a Moscou e Kiev, de histeria.

Os governos ocidentais já prometeram sanções em uma escala sem precedentes no caso de uma invasão da Rússia, e o Grupo das Sete maiores economias ocidentais (G7) se juntou ao coro, alertando que “as sanções econômicas e financeiras terão consequências enormes e imediatas na economia russa”.

O embaixador da Ucrânia no Reino Unido voltou atrás em comentários, nos quais havia sugerido que o governo de Kiev poderia flexibilizar suas intenções de ingressar na aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) –uma das principais preocupações da Rússia– mas afirmou que outras concessões poderiam ser oferecidas.

“Nós não somos membros da Otan agora e para evitar a guerra estamos prontos para muitas concessões, e é isso que estamos fazendo em negociações com os russos”, afirmou o diplomata à BBC em um esclarecimento. “Não tem nada a ver com a Otan, cuja adesão é consagrada pela Constituição.”

O Kremlin afirmou que a eventual renúncia da Ucrânia de sua aspiração para se juntar à aliança militar ocidental poderia ajudar a abordar significativamente as preocupações da Rússia.

Moscou deixou claro que vê a busca da ex-República soviética por laços mais próximos com o Ocidente, principalmente com a Otan, como uma ameaça direta.

(Reportagem de Dmitry Antonov e Maria Kiselyova em Moscou; Natalia Zinets em Kiev; Guy Faulconbridge em Londres)

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